sábado, 15 de novembro de 2014

Fighter

   
   Coragem! Você tem que aprender a lidar com a fronteira do que se passa debaixo da sua pele e todo o resto que trisca na superfície. São dois mundos, são bilhões de pessoas lidando com isso diariamente, assim como você. É só... a vida, amigo! Eu sei, eu sei, tem um tantão de coisa se passando por debaixo do seu tecido agora, mas quando a gente resolve na cabeça que tá tudo certo, então devia estar não é?
  Devia. É só que o mundo todo tá parecendo precoce demais. Tudo permeia: o campo das vontades, o objeto das vontades, o que se conquistou e o que ainda não foi conquistado. Não há espaço pra paciência e a minha ansiedade não se suporta nesse ambiente. Eu tô ficando cada vez menos pertencente. Eu não quero fazer parte dessa competição insana que horas brada por liberdade, ora se acomoda pra racionalizar a obtenção do poder.

domingo, 9 de novembro de 2014

Orgânica


Tenho um punhado de ideias e nenhuma noção do que fazer com elas. Há lembranças, pressentimentos, rancores e desejos se misturando. Sei o que não quero. Não sei exatamente o que tenho nas mãos.
É estranho estar rodeada e não sentir ninguém perto o suficiente. Eu preciso de tempo... e da paciência que nunca tive, pra poder lidar com ele. Aliás, eu precisava apenas parar de me cobrar uma decisão. Eu precisava apenas... sumir!

domingo, 26 de outubro de 2014

Ei coisinha, licença.


Vivemos na efervescência da massa, na ultra circulação de informações e memetizamos a vida nas redes. Vira e mexe algum bordão fica, algumas ideias retornam, alguma pulga pula da orelha. Hoje, encerramos um ciclo de intensa divulgação de opiniões, campanhas e insistentes manifestações partidárias.
Mas a minha pulga, não pulou... É que nos últimos momentos desse intenso processo eleitoral, um discurso se conservou: luta de classes. A reincidente ideia de que a classe média é hipócrita. Claro, houve aqueles que acrescentaram o termo “alta” a essa denominação, mas no frigir dos ovos, o discurso ainda me parece o mesmo: operários x burguesia. Então, me pus a pensar: o povo que usufrui do bolsa família são os mesmos operários com as piores condições de trabalho da Era Industrial? A guerra é entre os baixa renda e o resto do mundo?

sábado, 18 de outubro de 2014

Máscaras


Havia um palhaço de máscaras. Tinha também uma plateia e eu. O palhaço fazia graças, encantava o público e me distraía. A cada frase, um novo trejeito, como também um novo disfarce.
Lembro-me da máscara da delicadeza, da humildade e o glamour que costumava cercear tantas outras. Ah, por três eu tinha mais apreço: cultura, talento e criatividade! O preço? Você vai descobrir aos poucos.

VAZIA


A vontade de você não passa. Eu penso, me aborreço e você sempre volta. Parte de mim tem nojo por todo o tempo que perdi e me enganei, esperando sempre mais. Eu agora sei que você não tem nada a me oferecer. Que nos distraímos. Mas foi bom. Foi incrível me assustar ao perceber as nossas transmissões de pensamento. Foi bom me ver nos seus olhos. Foi bom me encantar. Mas nada faz sentido.
E não fazer sentido, me faz pensar em você. Porque eu sou uma curiosa incurável. Porque gosto de decifrar o mundo e não desisto nunca disso. A ideia de falar contigo, me dá náuseas. É como a ratificação do meu erro. Mas eu queria levar um susto nas suas mãos, novamente. Parte do meu sonho ainda mora em ti. E assim, te odeio e te amo cada vez mais. Mas...

domingo, 28 de setembro de 2014

Regojito-te


Tudo que eu quero é gritar, vomitar, te botar pra fora daqui! Seja lá o que o “aqui” signifique. Eu não quero ter que explicar. Falar sobre o assunto é cansativo porque isso implica em pensar a respeito. E sabe, não houve um dia sequer que eu não tenha pensado.
Até poderia fazer o que queres e arrancar-te um sorriso. Tua felicidade ainda acalma meu coração, meu bem. Mas tenho muito de mim pra saciar, agora... Teus desejos são vãos e eu tenho que conviver comigo por uma eternidade. Agora eu quero a minha vida de volta! Quero a paz e o desassossego que você me tirou.

sábado, 20 de setembro de 2014

Não quero


Não, eu não vou seguir os moldes que você deseja. É, pode até parecer que o que você espera é bem simples, é padrão, apenas o que a sociedade espera de uma mulher. Mas é... eu tenho uma perspectiva diferente da projeção social.
Não sou uma rebelde que transgride condutas só para ter um destaque. Não sou igual porque não me encaixo (e não quero!). Logo, te dou uma escolha: aceite o meu mau gosto ou frustre-se.

sábado, 16 de agosto de 2014

O engasgo


A grande dificuldade de estar engasgado é ter que lidar com a dor e a confusão pungente com tranquilidade. Porque se algo está preso na sua garganta, você não vai conseguir falar o que lhe aflige, mas também precisa abrir a boca pra respirar. Então, só lhe resta contar até dez e soltar o ar.
Essa também é a grande questão de deixar tudo pra depois. O problema, o nó, o caroço... Quanto mais se posterga a sua dissolução, mais ele cresce e incomoda. É o efeito bola de neve... ou seria, o efeito “vou agir como deve”?

sábado, 2 de agosto de 2014

Conversa à 3?


Que tarefa exaustiva essa de exibir-me pra você! Já acho chato tudo isso de ter que convencer o mundo de que se é digno, quando na verdade, só me bastava ser. Mas quando resolvo colocar nas tuas mãos um trecho das minhas ideias mais íntimas, você poderia não cair no habitual?
Estou um pouco triste em ter que repetir aquela antiga frase materna: eu não sou todo mundo, que pena! Se continuar a me olhar com esses olhos acomodados, nada verá. A minha embalagem é bem simplória, diria até que depressiva. Mas as minhas pausas e birras, não se limitam a fatos isolados. Não, não. Não me olhe por cima.

Disputa


Não há problema algum em sonhar, em querer ir além. É preciso disposição para crescer. Mas meu bem, o mundo não é um ringue e você não precisa passar a perna em mim para avançar o próximo degrau.
Sinto muito, mas não, eu não quero ser você! Eu tenho as minhas próprias perspectivas e toda uma história por trás do capítulo em que nos encontramos. Eu acho que devíamos elevar um ao outro no próximo passo. Andar lado à lado e não como sombras, prontas pra sugar o que há de valioso.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Amigo


Eu estava deitada, olhando a cortina da janela tremular com a brisa que invadia o meu quarto. Então vi que algum amigo pedia atenção. Ele disse “amigo é ouro, viu?! Não me deixa pra trás assim, não.” mal sabendo ele que meu zelo costuma se transvestir em silêncio.
Às vezes me calo e nem quero machucar ninguém. Eu só gosto de parar um pouco e ver o que tenho nas mãos, pra variar. Saiba que minha voz pode não sair, mas eu estou sempre ali vigiando seus passos. Tomando precauções para que você não se perca na penumbra. Você sabe, eu tenho esse “quê” maternal.

Suspeito


Você parece tão inocente olhando daqui. Sempre dizendo o que sente, sempre tão perto. Mas sabe, eu já vi de muita coisa nessa vida. Eu já vi muita mão acariciar, pra depois bater sem receio. Eu até gosto de você, só não posso deixar de duvidar. Simplesmente porque conheço essa história. Eu já a protagonizei. Você diz que não, mas não vai demorar pra que você caia na armadilha.

Olhos


Lá vem você com seus olhos de comer fotografia. Lá vem seus olhos dizer o que a sua boca não revela. Seriam só as fotografias que eles comiam?! Acho que minhas ideias também se digeriram nessa contemplação. É só literatura dos sentidos.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Desloca-me


Lá vem aquela sensação de novo. Aquela irritação atemporal e inexplicável que a ficção diria capaz de causar formigamento. Eu aqui, inserida nesse mundo e me sentindo tão fora dele. Não é melancolia nem nada... é só estranho. Parece chato “participar”. Não, não... parece incômodo.
Sim, eu me incomodo. Eu me incomodo ao ver as mesmas pessoas fazendo as mesmas coisas, sempre. Eu simplesmente sou atingida por uma enorme vontade de berrar aos que puderem ouvir “mova-se, mude isso, saia daí”. Desnecessário.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Rugas passadas, coração juvenil.


Eu sou uma alma velha padecendo por você. Eu sou uma alma velha que não te compreende. Meus passos de nada valem quando penso o que acontece com a gente. Mas... o quê mesmo acontece com a gente? Estive pensando... desisti disso. Então não pude deixar de lembrar que você é um enigma.
Você é um maldito enigma provocativo, mas que tenho preguiça de desvendar. Por quê? Porque minha mente cansada diz que não vale à pena. Não vale a lira, gastar versos em um jogo que eu pareço conhecer o fim. Mas aí é que tá, eu só pareço. Então pereço novamente, pensando, pensando...

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Me desculpe


mas não posso aceitar que perder foi melhor, porque não, eu não acredito que esse país é feito só de futebol. SIM, eu torci pela seleção como farei em qualquer época, qualquer copa, qualquer estágio da minha vida. Mas isso pra mim, nada tem a ver com política.
Eu deveria lamentar por agora poder usar o seu discurso de que existem outros esportes e que escolas e hospitais não se fazem com estádios. Mas tô aqui parada pensando na sua hipocrisia ao reverter o argumento pra rir da bandeira. É sério que você acredita que a política será regenerada porque fomos pro campo sem planejamento tático e  porque a apatia foi nítida na última partida?! É sério que um partido se destituirá por um par de chuteiras mal usadas?

sábado, 5 de julho de 2014

Lembrar


Gritei sem voz ao fundo “lembra?”. Abri a boca, mas não consegui dizer. Parte de mim era determinada, a outra esperneava em soluços repetindo “como você pôde esquecer?” E eu... eu não esqueci. Eu não esqueço nunca! ESSE é o meu maior problema.
Algumas coisas eu gostaria de apenas apagar, mas isso não está em mim. Eu pareço uma vitrola com um vinil travado. Quando sobrecarrego, minha agulha não roda. Ela fica lá... extasiando-se no mesmo trecho, tentando dizer no engasgo que algo está errado. Não posso seguir em frente até que você delicadamente me empurre. Até que você... realmente me entenda. Porque quando você não enxerga o arranhão do vinil, não importa quantas vezes você o evite, a agulha transcorrerá aquele trecho. A vitrola vai travar mais uma vez. E de novo... e de novo. E eu não posso de novo.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Take a breathe


Solte o ar. Pela primeira vez em semanas, respire. Pratique esse complicado exercício que se é viver. Afinal, respirar é uma das poucas coisas que você pode fazer por si. Sim, exercite-se. Vamos lá, não é nada com o que você não consiga lidar.
Eu sei, têm sido um inferno ser... você. Mas é o que dá querer ser algo. Sabe, algo que eles não queiram que você seja. Digo isso em sussurro, pois sabe-se lá se em alguns momentos, eu também não sobro. Mas voltando à nós... digo, você... Que loucura ser anticonvencional, não?! Confesso, essa sua irritante mania de reafirmar-se me refreia às vezes. Mas ainda te acho brilhante.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

VAI TER TEXTO SIM!


Depois de tantas revoluções, algumas greves e paralisações, aqui estamos Brasil. Em 11 de Junho, abertura da Copa, primeiro jogo da Seleção... E o que dizer sobre isso?! Bom, eu digo o que vi. Lembro-me da bandeira nacional cobrindo corpos e janelas, da Constituição emoldurada em papelão fazendo alertas. Do hino nacional sendo entoado por uma multidão, de ter lido seus trechos recitados em gritos de revolução. Eu lembro de ter visto o Brasil reconhecendo-se e usando o que tem de melhor pra movimentar-se. E não, eu não vi isso hoje. Esse retrato foi das jornadas de Junho de 2013. As jornadas ditas como o momento em que o gigante acordou. Aqui estamos Brasil, um ano depois, mas será mesmo que saímos do berço esplêndido?!

Porque aquele mesmo povo ativo e com sede de mudança, hoje se divide ao falar que tem vergonha desse país e que esperava ver o Brasil perder e sair humilhado da Copa. Então parei e pensei: do que é feito um país? Até onde sei: de um povo, de um governo e de deveres e garantias. Então ter uma política deficiente me parece um item quantitativamente pequeno diante das mil possibilidades que definem uma nação. Não é porque a política é um ponto importante que ela deve resumir a descrição do que é ser verde e amarelo.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Almas


Almas minhas, amigas almas por que a gente se separa? Por que a gente se promete a eternidade se a gente não consegue nem controlar o dia? Minha alma, meu amigo a gente se excluiu e por quê?! Só temos a vida pra culpar, além de nós mesmos.
Éramos tudo, éramos irmãos. Fomos mundo e agora vivemos em paralelos universos. Você de lá e eu de cá. A gente se fita sem se tocar. Não que o toque fosse mesmo um problema, afinal coexistimos por tanto tempo... Mas algo errado aconteceu no caminho. Não nos suportamos. Será querer reprimido? Será zelo não correspondido?

Pertencer ou não?! Eis a questão.


Quem é dono do quê?! Proclamar posse pelo corpo não era crime? Se era, porque licitamente a gente se apodera? Já era! Te tomei pra mim e tá difícil dissociar essa ideia. Tá difícil dissolver-te daqui. É essa velha sensação de pertencimento enlouquecedora. Essa coisa estranha de auto-proclamar-se dono do alheio. Um comichão tão próprio que aperta o peito, espreme o coração e força o anseio. É um querer inexplicavelmente desgastado.
Às vezes nem tenho tanta certeza sobre ao quê pertenço. Sei que me envolvo ali e aqui, deixo meus rastros de lembrança, mas logo sumo. Quem verá? Quem saberá que um dia vivi e vi? Só os meus olhos provarão e deixarão escapar meu fluido pra terra.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Presa em mim.


Preciso dizer que algumas coisas nos calam. Algumas coisas não podem sair. Isso entra em ebulição vez outra, isso cutuca. Mas deve ser assim, não deve?

Não sei. Apenas não vejo onde tais verdades possam vazar dos meus lábios e encarar a vida de frente. Pois muito dessa sinceridade, assim o é pra mim. Os principais sujeitos envolvidos nessa oração, pouco se importam ou enxergam. Será que ignoram?

sábado, 19 de abril de 2014

Esperar pra crer

Ei, olha eu aqui de novo. Com um coração, uma ideia e um pouco de ar nas mãos. Mas calma, ainda dá pra esperar. Ainda dá pra crer. Ainda lembro do que senti ao te ver. Difícil é aceitar que agora vai. Será que vai?

Talvez não vá. Mas eu vou tentar, de novo, mais uma vez. E talvez, essa seja a mais desvairada das minhas tentativas. O bom nisso tudo, é que eu não ligo tanto para o que seremos depois. Porque mesmo se der errado, eu vou estar tentando. Você sabe, outra vez, com outro alguém.


Sobre ela na vida, nas pessoas, em quase tudo. É estranho olhar pra trás e perceber que já se acreditou bem mais, que se esperou também, que se contou com ela e nada mais. Mas a vida ensina ou dissolve algumas coisas. Não estou dizendo que minha fé se esvaiu. Não, nunca. Jamais! Estou dizendo só que não tenho fé nas mesmas coisas. Ou que talvez agora, eu espere menos. Não é por nada, é mais por mim. Algo que eu chamaria de “autopreservação”. A gente aprende a ouvir o barulho da dor e a tentar evitá-lo no caminho.

As pessoas ainda são muitas e o poder delas, são qualitativamente tão grandes quanto o seu valor literal. Mas as pessoas dormem o tempo todo. Elas nem sempre percebem o seu próprio potencial. E talvez por isso, eu fique aqui, calada. Fazendo por onde, do meu jeito.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Espelha-me


Exiba toda aquele seu lado podre. Todas as perversões do mundo, toda superficialidade erótica que você chama de coragem. Seja do contra, apenas para exalar rebelião. Tumultue o mundo para demonstrar uma compreensão que foge às nossas mãos.

Você espelha um projeto incoerente de revolução. Você erra pra ser admirada. Você vende pra se esconder. Você se oculta num protótipo descabido pra ser aceita. Você peca apenas em não ser você.