sábado, 19 de abril de 2014


Sobre ela na vida, nas pessoas, em quase tudo. É estranho olhar pra trás e perceber que já se acreditou bem mais, que se esperou também, que se contou com ela e nada mais. Mas a vida ensina ou dissolve algumas coisas. Não estou dizendo que minha fé se esvaiu. Não, nunca. Jamais! Estou dizendo só que não tenho fé nas mesmas coisas. Ou que talvez agora, eu espere menos. Não é por nada, é mais por mim. Algo que eu chamaria de “autopreservação”. A gente aprende a ouvir o barulho da dor e a tentar evitá-lo no caminho.

As pessoas ainda são muitas e o poder delas, são qualitativamente tão grandes quanto o seu valor literal. Mas as pessoas dormem o tempo todo. Elas nem sempre percebem o seu próprio potencial. E talvez por isso, eu fique aqui, calada. Fazendo por onde, do meu jeito.

Mas sabe, a fé é algo mesmo muito estranho. Porque ela, raras vezes aparece, mas quando o faz, arrasta tanto consigo. Mantém tanto aqui dentro. Eu não espero mais por alguém que se apresente num dia e diga “ei, o que você diz faz sentido”. Mas acredito que vez ou outra, eu posso fazer sentido pra alguém. Eu posso ser esse alguém que incansavelmente eu cacei. E talvez seja isso mesmo, alguém precisa sentir pra passar adiante a melhor parte do aprendizado.


E bom, a fé não é bobagem. Ela é bagagem e força pra continuar. Ela é a única coisa capaz de transformar um “nunca” num “talvez”. Você sabe, ser a melhor parte de um mundo caótico é uma tarefa difícil. É preciso um empurrão. É preciso crer.

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