sábado, 2 de agosto de 2014

Disputa


Não há problema algum em sonhar, em querer ir além. É preciso disposição para crescer. Mas meu bem, o mundo não é um ringue e você não precisa passar a perna em mim para avançar o próximo degrau.
Sinto muito, mas não, eu não quero ser você! Eu tenho as minhas próprias perspectivas e toda uma história por trás do capítulo em que nos encontramos. Eu acho que devíamos elevar um ao outro no próximo passo. Andar lado à lado e não como sombras, prontas pra sugar o que há de valioso.

Eu sei, às vezes parece que somos animais numa floresta apenas em busca dos nossos próprios interesses. Mas a gente só se volta pra dentro quando o exterior incomoda. Eu só fico comigo, quando alguém resolve me invadir sem pedir licença. Ora, você não acha uma ofensa a descortesia que é a brutalidade?! Pois eu prefiro a delicadeza. Por isso insisto: tenha a fineza de acreditar um pouco mais em mim, antes de aferir-me uma rasteira.
Você acha mesmo que eu te ofereço risco? Então somos suspeitos de um crime perfeito, mas... crimes perfeitos não deixam suspeitos! Por isso sugiro: grite. Me aponte o dedo. Libere a morfina que te anestesia, pois quanto mais você a deixar presa dentro de si, mais ela irá te intoxicar. E eu nada posso fazer com tudo o que não posso pegar. Reparos são feitos no concreto. Ideias e sentimentos misturados distraem. Você não vê que está perdendo o nosso tempo?
Está aumentando o buraco entre nós. E sinto muito, mas eu não vou até o fundo disso. Eu tenho toda uma vida para ser posta em prática e ela não pára, nem por você, nem por ninguém.

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