domingo, 26 de outubro de 2014

Ei coisinha, licença.


Vivemos na efervescência da massa, na ultra circulação de informações e memetizamos a vida nas redes. Vira e mexe algum bordão fica, algumas ideias retornam, alguma pulga pula da orelha. Hoje, encerramos um ciclo de intensa divulgação de opiniões, campanhas e insistentes manifestações partidárias.
Mas a minha pulga, não pulou... É que nos últimos momentos desse intenso processo eleitoral, um discurso se conservou: luta de classes. A reincidente ideia de que a classe média é hipócrita. Claro, houve aqueles que acrescentaram o termo “alta” a essa denominação, mas no frigir dos ovos, o discurso ainda me parece o mesmo: operários x burguesia. Então, me pus a pensar: o povo que usufrui do bolsa família são os mesmos operários com as piores condições de trabalho da Era Industrial? A guerra é entre os baixa renda e o resto do mundo?

O que eu sei é que a classe média é o alvo preferido quando o assunto é “dar oportunidade para o povo”. Quando na verdade, a classe média é a que sustenta o país. SIM, SUSTENTA! Porque no Brasil, classe média tem poder de compra, mas não o suficiente pra ter lazer o tempo todo. Devo lembrar também, que classe média estuda, trabalha e se ganha algo com isso É por esforço. Quem tem isenção de impostos, é o rico que faz trabalho social, ou o que não tem o que comer e que portanto, declara estado de carência, tendo uma redução nas cobranças da receita (justo!). Quem tá no meio, não é isento de coisa alguma, afinal, alguém tem que pagar o pato. Os juros e os impostos vêm dobrados pra classe que anda em corda bamba, entre o luxo e o lixo. E assim, levamos a vida pra diminuir as asperezas do lixo, almejando pelo luxo. Devo lembrar também, que boa parte da odiada classe média, USA PROGRAMAS ASSISTENCIALISTAS. Como o FIES, por exemplo.
Aí ainda discutimos sobre CLASSE MÉDIA (BURGUESIA) X BAIXA RENDA (OPERÁRIOS), como se tudo se resumisse a duas classes, quando o problema É BEM MAIS AMPLO. A falta de investimento na educação do país, não é culpa de Maria que com muito esforço SIM, comprou seu carrinho e vai para o trabalho com ele, diariamente. A concentração de renda na mão de poucos, não é porque Joãozinho estuda em escola pública e Maria em particular. Tudo perpassa por GESTÃO. Programas assistencialistas cumprem seu papel, quando dão direcionamento pra parcela da população totalmente violada e sem opções, mas são medidas PROVISÓRIAS e como tais, exigem um fim. O que ocorreu nessas eleições foi um endeusamento dessas políticas, de forma que aqueles que não quisessem mantê-los, muito provavelmente eram cidadãos burgueses que não sabem o que é passar dificuldade na vida.
Então é isso Brasil? A gente quer remendar nossas falhas até não poder mais? Que você democraticamente faça sua escolha, agora vir com discurso de que o mundo se divide entre pobre e rico, em pleno século XXI, em que a própria economia já classificou da classe A à E no país, é forçar um pouco a barra, né?!

Então coisinha, licença viu?! 

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