Depois de tantas revoluções,
algumas greves e paralisações, aqui estamos Brasil. Em 11 de Junho, abertura da
Copa, primeiro jogo da Seleção... E o que dizer sobre isso?! Bom, eu digo o que
vi. Lembro-me da bandeira nacional cobrindo corpos e janelas, da Constituição
emoldurada em papelão fazendo alertas. Do hino nacional sendo entoado por uma
multidão, de ter lido seus trechos recitados em gritos de revolução. Eu lembro
de ter visto o Brasil reconhecendo-se e usando o que tem de melhor pra
movimentar-se. E não, eu não vi isso hoje. Esse retrato foi das jornadas de
Junho de 2013. As jornadas ditas como o momento em que o gigante acordou. Aqui
estamos Brasil, um ano depois, mas será mesmo que saímos do berço esplêndido?!
Porque aquele mesmo povo ativo
e com sede de mudança, hoje se divide ao falar que tem vergonha desse país e
que esperava ver o Brasil perder e sair humilhado da Copa. Então parei e
pensei: do que é feito um país? Até onde sei: de um povo, de um governo e de
deveres e garantias. Então ter uma política deficiente me parece um item quantitativamente
pequeno diante das mil possibilidades que definem uma nação. Não é porque a
política é um ponto importante que ela deve resumir a descrição do que é ser verde
e amarelo.
É estranho né? No despertar
éramos orgulho, éramos bandeira, grito, éramos triunfo. Mas no desenvolvimento
desse alento, viramos ódio. Onde está escrito que isso é consciência? Nunca vi desprezo
promover evolução. E então me pergunto: o que queremos? Por que eu achava que a
gente procurava respeito, orgulho e dignidade. Mas agora, parece que fomos
tomados por um sonambulismo crítico. Em que falar, seja bem ou mal é sinônimo
de inteligência. Não consigo enxergar dignidade no desprezo. Não acho que
paralisação é a saída. Não vejo como os gastos da Copa vão ser devolvidos em
forma de educação, hospitais e menos hipocrisia.
Não meus caros tupiniquins, eu
não acho que a nossa luta seja irrelevante. Eu só notei que nosso discurso
expirou. Porque a Copa existe desde sempre e dinheiro gasto, não volta pro
banco. Eu vejo que a nossa maior arma além do grito é o voto. Não é em nome da
verdadeira democracia que bradamos?! Pois então, porque não fazê-la valer em Outubro?
É nas eleições que os verdadeiros jogos de manipulação começam e aí que temos
que provar a nossa consciência. A falta de estrutura, as maquiagens urbanas pra
Inglês ver (literalmente), a falta de planejamento das obras, as
entregas precárias e meramente expositas são vergonhosas SIM! Mas não é virando
as costas pra bandeira que eu vou fazer isso se dissolver diante dos meus
olhos. É encarando o verde da mata, o amarelo ouro e o pequeno globo azul que
eu vejo a Ordem e o Progresso. É sendo POVO que eu represento meu país. É na
UNIÃO que a mudança prospera.
A copa meus queridos, é só
mais pretexto pra descaso, é só mais papo e voto vencido. Eu quero é olhar pra
frente, eu tô é louca pelo futuro. E por que não cobrir meu corpo com a
bandeira, falar da constituição, entoar o hino em frente à TV também nesse mês
de Junho?!
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