domingo, 11 de dezembro de 2011

Escrever, desembocar e vazar.

  Recorro novamente às palavras numa tentativa de manter meu rio vivo, porque como sempre, minha vontade de desembocar nunca seca. Desembocar pro meu porto seguro, voltar a nascente e repetir todo o mesmo caminho que como rio, tenho descrito a meses. O que seca em mim, é a esperança e é nas palavras que procuro abrigo, já que a terra que me envolve tem sido explorada pelo egoísmo e pela ganância.
  Como rio, corro solitária. Mas alimento a minha volta, volta e meia que sem importância, desdenha da minha corrida e me deixa vazar com ignorância. Ignorância! Perfeitamente arquitetada como um jogo de xadrez, que me envergonha ao me fazer de peça e ao mesmo tempo, por eu me permitir à comparação tão luxuosa diante de tal pobreza de espírito.
  Que deixem vazar o rio... e com a ignorância que lhe sobrar, colham as sementes podres da terra. O rio sempre correrá, e na sua vazão certamente encontrará onde desembocar. Cedo ou tarde eu vou, escorrendo ou correndo e rindo porque as lágrimas também secam. Só não se esqueça que a minha conquista também se repetiu durante décadas e por mais tortuosas que sejam o mexer das peças, a coroa sempre me espera.

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