terça-feira, 23 de abril de 2013

VER

Cave seu perdão, meu bem
diga o que não acredita.
Me use e se permita usar,
faremos um belo espetáculo popular!


Vamos ser produtos da mídia
ou a retiramos das nossas vidas.
Que tal ampliar o intelecto,
sentar a bunda no sofá
e bradar as injustiças?


Somos máquinas convenientes
ou críticos radicalistas?
Você é o que defende
ou o que lhe convém defender...


Você faz o que quer
ou porque fazem com você?

Seja o criador dos seus passos
e só exiba o que te define.
Você pode até não receber aplausos,
mas essência não se vê em vitrine.

CRER part. 2

Sempre haverá um culpado
e entre o mar de alienados
ninguém levanta a mão.

E já que somos todos inocentes,
precisamos de um ser invisível
que nos impeça de ser delinquentes.


Imagina só que pecado,
como homem, eu te ponho nos altares
espero que me defenda de todos os males,
mas esqueço que como sou livre para errar

outros mil também são..

Mas que rapaz sem coração,
um Deus libertador não permitiria tal aberração!

“Condenação, corte as mãos,
a cabeça e os pés!” gritou o ditador.


Fiel que é fiel espera,
não age, tolera.
Porque Deus é amor
e sozinho ele não é ninguém.

Wake Up


Libertar-se das amarras da ilusão é uma difícil tarefa. Aprender a distinguir realidade e miragem é arte. Escrevo para alertar os que assim como eu, ás vezes se perdem entre olhares doces e mentes perversas, corações vazios e doces promessas..

Lembro-me do quanto andei. Que sofri, cansei, temi. O terror esteve por muito tempo só na minha mente, pois o perigo muitas vezes só existe nos corações inocentes. Inocência tal, não havia. Amor igual também não. Redenção. Muitas vezes eu me entreguei, de peito e braços abertos me doei. Não vi que certas peças movimentam-se com graciosidade tamanha, a ponto de escuridão alguma obter resultado.
A gente se convence do risco enquanto enxergamos a pureza. Mas e quando se conhece a outra face? Tens certeza que lidas com um anjo? Conheces a fundo o que defendes? Antes de temer, meu bem, lembre-se de Sócrates. Pois eu,convenço-me cada vez mais que só conheço a mim mesma.

Certos frascos vestem-se de branco para tornar a aparência mais branda. Não que toda a essência seja obscura, mas às vezes sua sapiência nos foge enquanto encantadas. Ninguém oferece o próprio pescoço de graça, meus belos! Isso é arte dos heróis, que andam em falta no nosso mundo. Esses últimos não são sutis e sim espetaculares, por isso quando vires que os passos entre os monstros são suaves, suspeite. Até porque toda suspeita tem fundamento.

Não ignore as leves desconfianças, lindo pássaro. As almas boas geram reflexos de esperança e nada a mais. Desacredito mesmo de tudo que pouco sei, lembro sempre que os que não devem, facilmente se entregam. Aqui fica a lição passarinho, de hoje em diante, mais atenção, mais razão e mais prudência ao amar.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

CRER

Tão difícil para o homem é viver
 sem ter algo para crer.
Mais difícil para mim é acreditar
 sem racionalizar o que vi.



Não se trata apenas de ver para crer
pois há coisas no mundo
que só podemos sentir!



Me explica então, meu Deus,
por que para falar de ti
o homem apaga a razão?


Quem foi que disse que o Senhor
ama a religião?
A mesma indústria que afirma
que o divino pertence ao coração,
convenientemente dogmatizou
as palavras do Criador.


Há mais cérebro na Igreja
do que o Papa afirmou.



Acho mesmo que divindades,
sejam elas quais forem,
amam suas criações.


Enquanto nós, livres prisioneiros
vivemos de mal criações e condenações.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Gracejos naturais



 
Pela natureza e o seu jeito leve de ser! Ultimamente tenho me depreendido demais de mim, transcendido um pouco e colocado um olhar em cima do que é a vida. Adoro ver o natural para ter certeza de que corre sangue em minhas veias, ou ao menos para amenizar a minha mente enquanto ela borbulha e ter ao menos uma fresta de esperança de que nada é em vão.

Pareço nunca parar de tentar entender o motivo da falta de fé residir em nós, quando não há razão para não vivermos. Criamos confusão aos montes é verdade e isso inevitavelmente nos desestimula. Mas já que estamos aqui, o que faremos? Levanto meu olho pro céu e penso com um ar otimista de que a tentativa é a única saída para os nossos erros. Logo eu, que pouco acredito em mim. Tenho esperança no meu pessimismo e acho isso bem estranho...

...Mas, a vida é estranha. Ela arranha, ela morde e na janela ao lado, ela te acaricia. A gente se prende no quarto, guerreamos internamente e gritamos anarquia pelo mundo cruel. Aí, é só parar, olhar pro muro em frente à sua janela, pra ver uma raiz brotar do cimento. O capitalismo é selvagem, garotos. A vida resiste à selvageria dos homens, meus caros. A morte é o escape sem volta. Ou pior, quando não for a hora, a volta é sofrível.

Quantas pessoas tentaram ir e não conseguiram? Por que um quarto nos enlouquece tanto? Não é o quarto, garotos, é a gente. Sempre foi. Quando não olhamos pra fora, afundamos em nós e acabamos afundando o que nos rodeia também!

Ultimamente, sinto que falta um pouco de mim aqui dentro, então, tenho transcendido um pouco e olhado pra fora. Ver as nuvens no fim da tarde formando uma aurora boreal sem cores bem aqui da minha varanda, me faz ter certeza de que corre sangue em minhas veias. Ou ao menos, ameniza minha mente e me faz pensar que nada é em vão.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aquele modelado jeito de ser...




 
Quando você pára e pensa em determinados moldes que inconscientemente você segue. Das coisas que tangem o seu gosto, das coisas que estão na cara e ninguém, ou até mesmo você, não vê.

Imagina que nem todos os poemas podem ser lindos, que nem todos os versos são sentimentais. Que os que assim não são, nem sempre pertencem ao Parnasiano e que a dor faz parte do plano de ser poeta. Pois um bom escritor deve transcender as linhas e te puxar pras letras e sensações, sejam elas quais forem.

Por que é que a gente só gosta dos colírios? Das cores e dos vícios? Por que ocultamos a podridão do nosso ser, a fatalidade que muitas vezes é viver! Afinal, antes da luz há escuridão e o fato de o brilho se ausentar não pode ser encarado como falta de espiritualidade no coração. É caindo que aprendemos a levantar, não é mesmo? Então por que não mirar o olhar pro feio? Por que não desfrutar dos versos sujos? Há um modo bonito de se ser real. E esse modo, deveria ser apreciado por todos. Deveria ter o reconhecimento de todos.

É lindo cair na fantasia do que não somos para saciar a mente. Mas é imprescindível entender o que nos afunda para não repetir a queda lá fora. Sempre tão cômodo olhar pra si não é? E apontar o dedo pra si, por que gera desconforto? Por que culpar-se é tão chato?

Por que a minha crença é melhor que a sua? Por que as nossas crenças não podem partir de um mesmo ideal e conviver pacificamente? Por que você não assiste jornal e verifica que o que você acredita é um erro! Por que eu não posso errar?

São muitos porquês sem resposta. Muito que eu ainda tenho de aprender e como errante consciente dos meus atos, afirmo que olhar pro lado é necessário. Vê só como é não ter o que tens, perder o que teve, não ser o que és. Por que o mundo é grande e você é único. Existem mil de “não vocês” lá fora, com a porta fechada, tentando se encaixar numa realidade que só existe na sua cabeça. Igualdade, é possível?

Menos injustiças senhor. Dignidade, eu acredito. Seja tu, seja ele, seja eu, sejamos nós. Mas não sejamos também, pra não cair no erro de achar que a perfeição só mora nos nossos limites. Nos limitemos a não criar muros nas nossas mentes. A nos expandirmos e até mesmo sermos inconsequentes, mas apenas no pensar de um jeito torto ás vezes. Na vida que dá, passa e a gente nem sente. Na vida que estamos a levar.