terça-feira, 20 de novembro de 2018

Poema da desilusão



Eu estou fora de mim, 
porque estar presente dói. 
A visão panorâmica não me agrada, 
mas não poder mudá-la 
me incomoda mais. 
Tenho cometido os mesmos erros 
e por isso não quero ficar pra ver o desfecho. 
Eu ainda lembro da dor da sua partida. 
Ainda lembro da negação.

sábado, 10 de novembro de 2018

Coragem



Eu gosto da etimologia poética que diz que ser corajoso é agir com o coração. Acho fascinante crer no afeto como mola propulsora, justamente numa época em que sentir tem sido sinal de fraqueza. Eu mesma me confundo frequentemente com a força presente no meu empenho de dizer o que sinto, quando mesmo dando minha cara à tapa, fico sem saber lidar com o silêncio-resposta.

Oposição que limita



Quando você desiste de se manifestar porque tem medo da represália, é sinal de que a sua liberdade está sendo limitada. Nessas situações, tudo gira em torno do “lado” que você está e é sempre essa escolha aparentemente fácil que me faz pensar. Não deveríamos todos estar do mesmo lado?

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O mundo pede calma!



Eu, de passos rápidos, movimentos lentos e interior turbulento sempre peço por paz. Peço pelo que me falta, pelo que desejo, o que tenho dificuldade de encontrar. Por isso, quando ela vem, eu suplico pra que fique e se demore. Não me deixe com tantas questões, tantas unhas a roer, tantos vai e vens no meu quarto.

domingo, 4 de novembro de 2018

Arde


Tá ardendo, viu? Perceber que você desperta em mim sentimentos que não reconheço. O meu hábito reclama ao notá-los e eu sequer sou capaz de expulsá-los. Eles vêm pra ficar! É porque eu gosto, que me preocupo. Me divirto com a novidade, me perco com a raridade da sensação e temo com a repercussão do que há de vir.