terça-feira, 20 de novembro de 2018

Poema da desilusão



Eu estou fora de mim, 
porque estar presente dói. 
A visão panorâmica não me agrada, 
mas não poder mudá-la 
me incomoda mais. 
Tenho cometido os mesmos erros 
e por isso não quero ficar pra ver o desfecho. 
Eu ainda lembro da dor da sua partida. 
Ainda lembro da negação.


A minha fé diz que tudo isso 
só pode carregar uma lição. 
Mas acho mesmo que é maldição.
O que teria mudado, meu bem? 
Ainda sou eu, 
com as mesmas manias 
e mesmas queixas. 
Sou apenas o resultado 
da sua primeira má impressão: 
mais calejada, mais cautelosa, menos entregue. 
Há também toda aquela parte 
que você não se deu ao trabalho de conhecer.


E tudo bem, 
você não tem a obrigação
de se servir do meu amor. 
Agora penso que não posso deixar 
que você se demore
aqui dentro... do meu coração. 
Porque quanto mais o tempo passa,
mais duvido que haja amor pra esta carne, 
neste mundo. 
Eu duvido e não posso evitar. 
Girar em círculos não é muito promissor.
Abrir a porta de novo pra você,
também não.


Por isso eu pergunto: 
o que mudou, meu amor? 
Me dê motivo pra não ir embora. 
Me dê razão pra ficar agora.


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