quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Vítima


Ás vezes me sinto como um narrador-personagem de um drama cinematográfico. Cruzo com pessoas de grandes pesares, ou que pelo menos tem grandes achares de que sofrem pesares. A grande questão dessa curta narrativa que me pus a fazer agora, veio de um raciocínio que tive esta manhã. Trata-se na verdade, de uma conclusão sobre o modo de sentir humano e sua visão um tanto limitada sobre o que sente.
Muitas vezes somos acometidos por situações que nos fazem perder o chão e as estruturas. Cedemos pra tristeza e perdemos parte de nós por um momento. Leva tempo, mas nos reerguemos e também a partir dali aprendemos o que causa a ferida e como podemos evitá-la. Cada um de nós tem a sua fórmula e seus tropeços peculiares, assim como pra cada um de nós o mesmo tropeço chega de um jeito diferente.

domingo, 11 de outubro de 2015

Controvérsia


Geralmente sinto muito e exalo pouco. Contigo exaspero-me bastante, mas quando tenho muito a sentir, você se aquieta num canto e deixa pra depois. Então eu deixo também, você vem e tudo é confusão! Somos uno na multidão. Queremo-nos tanto quanto não podemos admitir. Somos o ideal, mas eu sou a revolução.
Eu tenho a persistência pra insistir no “sim” e gritar pro mundo. O mundo dita como você deve agir e daqui parece que você deixa ou diz que gosta porque tem medo. Quer corresponder às expectativas que os outros projetam e perdeu-se na sua própria alma. Não sei se é verdade, mas a realidade é que a gente não se fala. Você não diz e eu insisto no barulho do silêncio. Eu sou assim, eu cato os vestígios pra acreditar. Mas não dá pra viver de pó.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Chama


Busquei na astrologia um jeito de te compreender. Mas lá confirmei o que já sabia: você é fogo(!). Meu bem, o que faço se sou regida pela terra e preciso de algo mais concreto pra ficar à vontade? Como posso deixar fluir quando tudo que você me oferece é fumaça, mas não me diz a verdade?!
Você sabe eu adoro promessas, mas cumpro as que proponho. Você me dá o mundo numa música, mas na minha frente não move um palmo. Espera que eu esprema meu coração e entregue-o nas suas mãos, de graça, sem chantagem, solidariamente. É por isso que cada vez mais sinto que sou muito mundana, pro seu amor.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Desculpa?


Quem você quer enganar quando muda de opinião na última hora? Que verdade é essa que você despeja mastigada na minha cara? Sou eu que incomodo ou são os ideais que você construiu na sua cabeça? Faz parte mentir? Parte de quem?
Eu nem te pedi nada. Eu te mostrei opções. Você pode se abrir comigo, dividir a carga. Pode também me apontar o dedo e viver seu rancor. Quem foi mesmo que criou toda essa dor que você carrega no peito? Não me lembro de ter apontado a arma.

sábado, 18 de julho de 2015

Quase


Era pra ir, mas não foi. Não foi não, e aí? E aí nada. Fico nadando na obsessão que a ideia me deixou. Era só projeção e quando se aproximou, eu peguei e acreditei. Agora não consigo largar. Não consigo parar de correr atrás dessa cauda. Porque é difícil de acreditar que não vai ser de novo. Porque já não foram tantas outras vezes e eu achei que já sabia a dor do vazio. Por isso te viro e reviro. Te mudo de perspectiva, só pra me certificar de que não há confusão. Só pra cair até o fundo do poço. Pra afundar de vez. Até cair na real. Chorar, te maldizer, me perder. Me blindar.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Menino ansioso


A verdade é uma só: sejamos sinceros até o ponto em que o outro possa me interpretar. Porque querido, eu devo comentar que tenho a sensação de que já escrevi isso antes. Sei que nossos pesadelos muitas vezes nos mantêm afastados da verdade. Sei que o medo nos cerceia a mente na hora de dizer o que deve ser dito. É por isso que escrevo.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Poeta exilado


Por que será que os poetas não se encontram? Dá pra ver que há vários deles por aí, lamentando um verso e inspirando outros. Há tristeza, melancolia e beleza. No geral há muita incompreensão também. Quem os rodeia nunca os vê com clareza, aspira uma palavra ou outra, mas logo larga de mão.
Então por que os poetas não se encontram se talvez, só eles se entendam?! Por que têm de se admirar de longe, sentir uma breve identificação pra depois cair por terra? Parece um pouco de maldade fazer sofrer pra espremer a rima. Talvez a melancolia inspire, mas a felicidade... ah, a felicidade excita! E a excitação também pode ser metonímia pra rima.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Querer-te, quero verde.

Eu vi nascer, feito fruta proibida,
um querer novo.
O sentimento é conhecido,
a sensação é que intriga.
Coça meu peito feito ferida,
mas pinta meu coração
num tom verde de esperança.

É sonho sim.
É desejo também.
É verdade, tô calejada já.
Mas não canso de querer.
Ainda sonho que você
abra a porta e grite “ei, pensei em te ver”.
Sabemos bem que não será assim.

Pintura antiga



Eu estava olhando o muro, vendo-o descascar. Havia lá a tinta que eu mesma pintei se esvaindo, havia história e o meu dedo de intercessão. Mas eu sabia que tinha passado, eu sabia que devia deixar pra trás. Eram outros tempos e eu não me via mais naquelas linhas. Eu precisava recomeçar! Eu precisava pintar o meu muro de outra cor.
Tal tarefa não é tão simples quanto parece. É sabido que num muro antigo, não se joga outra tinta por cima. É preciso descascá-lo por completo, fazê-lo sangrar. Então põe-se a massa, pra quando alinhada, recomeçar tudo outra vez com cara nova.

sábado, 2 de maio de 2015

Simplicidade


Não quero muito, imploro apenas pelo que é simples: sinceridade. Não quero beijo, não quero abraço, nem sorriso torto rezando lenda de amizade. Eu quero é a verdade. Se você for neurótico, enlouqueça querido, quem sou eu pra dizer o que é certo e o que não é?!
Você fica se escondendo atrás de justificativas que a sua própria mente cria. Não quer se sentir culpado, mas também quer eliminar o inimigo não é?! So... let’s play! No, we don’t. I’m out of age. Você também deveria pular essa fase... A mente é um mundo perigoso e às vezes ela prega peças no autor das lembranças.

CRISE


É rebelião, movimento, protesto ou drama social? Quem poderá distinguir e responder essa questão? São questões antigas saltando à visão. São causas atuais passando na televisão, enquanto nós expectamos e choramos com o controle na mão.
Tem professor exigindo direito e tem trabalhador perdendo o pouco que tem. Tem polícia e canais reduzindo os números e também tem a segurança pública estendendo o bastão pra massacrar uma classe, uma raça, um ideal. Sobretudo, tem brasileiro achando que vive na ignorância quando moramos num imenso mundo nem sempre tão justo. O que quero dizer é que o grito é legítimo, mas não é o único!

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Crazy shits


“Sometimes, all I need is breathe. No, wait… SCREAM! Yeah, I need speak loud it enough. Eu estou te fitando com aqueles olhos de que sei exatamente o que está acontecendo, não adianta mentir. Não estou esboçando nenhuma reação, eu quero ver até onde você vai. Mas por dentro, eu estou rindo. Alto o suficiente pra que meus lábios queiram entrar na dança. Estou me controlando para não ceder à ironia. Você está brincando com a minha inteligência e eu estou aqui, quase sorrindo pra você.

É o maldito autocontrole. Alguns fatos fortes o suficiente me fizeram desenvolvê-lo e agora não consigo sair daí. Eu não vou pagar vexame. So maybe, baby, I’ll smile to you. So smile me back, If you have courage.

sábado, 7 de março de 2015

Engula!


Isto é claramente um protesto em tons brandos. É a revolta que prefere não se anunciar, afinal se não dizemos nós engolimos! Pois bem, vamos começar: engula toda aquela sua necessidade de dar lições de moral! E mais todo aquele olhar que julga, que prevê, que se antecipa. Todo aquele amadurecimento enrugado que grita... Toda aquela necessidade de controle.
Não há por que nem pra quê estressar-se com coisa pouca. Não há motivos pra ser você. Então engula! Deixe de besteira que o mundo gira com ou sem você. As crianças serão crianças, as malícias serão curtidas e o chão será escorregadio se tiver de ser. Cuide da sua vida, rapaz! Até nisso tenho que lhe dar lição de moral? Já viu que não dá pra continuar a ser assim?!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Hide in'


Eu visualizei um mundo onde eu podia falar. Um lugar que eu usava menos os olhos pra entrar em alguém, mas que entenderia perfeitamente tudo com o dom da palavra. Porque certamente, alguém tem muito o que contar e eu pareço uma boa opção para compartilhar histórias.
Nós trocaríamos experiências e eu viajaria um tanto menos na possibilidade.  Não, eu não cortaria meus sonhos fora, eu cortaria apenas a ilusão e a expectativa. Talvez eu cortasse meus sentimentos também. Talvez eu fosse um pouco mais fria. Valeria a pena?! Isto definitivamente não é uma pergunta retórica.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Contemplar


Às vezes eu olho pro céu ou pro horizonte e me sinto um pequeno ponto na Terra. É quando percebo o quão o Universo é gigante e magnífico e o quanto ainda posso conquistar. Concluo como é bobo brigar dentro de mim, quando sei que há tanto lá fora. Mas sabe, se invariavelmente alguém estiver ao meu lado, contemplando como eu, voltarei meu olhar pra este alguém. Tentarei decifrar algo na sua expressão... pensarei na sua importância dentro da minha vida.
Sabe, se eu olhar pro horizonte ou pro céu num dia qualquer e me reter nessa visão por algum tempo, eu pensarei no que sou e no que quero ser. Mas quando olho pros outros é como se a minha empatia se expandisse e talvez, enquanto eu contemple, eu me assombre ou me apaixone pela natureza humana.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Circles


De alguma forma eu sei que estamos aqui de novo. Em um daqueles momentos que não consigo agarrar a minha mente com as mãos, porque ela está em toda a parte. Em um daqueles momentos em que sou eu contra quem mais decidir que sou uma ameaça. O meu silêncio me destrói... Falar demais me torna boba.
Sabe, eu estive pensando como seria acordar em um dia em que ninguém resolveu desvendar um pedaço meu. Um dia em que o curioso viria até mim e perguntaria, sem máscaras e com suficiente altivez e coragem “hey, porque você age assim?”. Um dia feliz, em que eu teria o simples direito da resposta e não da insana fuga psicológica.