quarta-feira, 24 de junho de 2015

Poeta exilado


Por que será que os poetas não se encontram? Dá pra ver que há vários deles por aí, lamentando um verso e inspirando outros. Há tristeza, melancolia e beleza. No geral há muita incompreensão também. Quem os rodeia nunca os vê com clareza, aspira uma palavra ou outra, mas logo larga de mão.
Então por que os poetas não se encontram se talvez, só eles se entendam?! Por que têm de se admirar de longe, sentir uma breve identificação pra depois cair por terra? Parece um pouco de maldade fazer sofrer pra espremer a rima. Talvez a melancolia inspire, mas a felicidade... ah, a felicidade excita! E a excitação também pode ser metonímia pra rima.
Veja bem, não quero aqui defender que o mundo se divida. A mistura é necessária, mas às vezes, é solitário ir fundo e ver que a maioria se diverte no raso. Não que o raso não tenha seu lado bom, só não sabemos ficar lá, entende?! Talvez isso seja um problema. Está no DNA, não é superioridade, é só diferente.
Todos deveriam se sentir completos alguma vez na vida. Então sugiro que os poetas se encontrem! Que parem de se esconder em seus livros e computadores. Mostrem-se! Permitam-se ser completados. Como uma lacuna numa palavra-cruzada que não pode deixar de ser preenchida.
Exibam-se, meus caros. Mesmo que isso pareça bobo, alguém vai encontrar você. Alguém vai se reconhecer. É disso que precisamos. Exílio é martírio e imposição. Não há liberdade em trancar as letras que te abriram o cárcere. Deixe-as sair. Encontre já a sua metáfora perfeita e trate de mostrá-la pro mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário