sábado, 7 de março de 2015

Engula!


Isto é claramente um protesto em tons brandos. É a revolta que prefere não se anunciar, afinal se não dizemos nós engolimos! Pois bem, vamos começar: engula toda aquela sua necessidade de dar lições de moral! E mais todo aquele olhar que julga, que prevê, que se antecipa. Todo aquele amadurecimento enrugado que grita... Toda aquela necessidade de controle.
Não há por que nem pra quê estressar-se com coisa pouca. Não há motivos pra ser você. Então engula! Deixe de besteira que o mundo gira com ou sem você. As crianças serão crianças, as malícias serão curtidas e o chão será escorregadio se tiver de ser. Cuide da sua vida, rapaz! Até nisso tenho que lhe dar lição de moral? Já viu que não dá pra continuar a ser assim?!
      Tem que ser mais leve, tem que ouvir o silêncio, acalmar o coração e respirar fundo. E quando não der? Salive mas não ceda. Desfaça essa careta! Se for pra engolir que seja feliz e satisfeita. Com os braços abertos e um sorriso na cara receba a infantilidade com gratidão. A vida é uma só, mas nós somos bilhões, imagine só que problemão?!
Todos estamos perseguindo algo e às vezes é confuso saber o que você persegue afinal... mas não se deixe levar pela ética. Ela nunca foi tão conveniente aos que acertam querendo errar. Ouvi dizer que é tudo ying e yang... Por isso deixe... deixe que o mundo se arranje. Deixe que seu caráter cutuque, salive e engula!
Os outros não cederão, seus olhos não veem nada além de si e você não quer acabar sozinha outra vez não é? Por isso, querida: ENGULA.

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