Geralmente sinto
muito e exalo pouco. Contigo exaspero-me bastante, mas quando tenho muito a
sentir, você se aquieta num canto e deixa pra depois. Então eu deixo também,
você vem e tudo é confusão! Somos uno na multidão. Queremo-nos tanto quanto não
podemos admitir. Somos o ideal, mas eu sou a revolução.
Eu tenho a
persistência pra insistir no “sim” e gritar pro mundo. O mundo dita como você
deve agir e daqui parece que você deixa ou diz que gosta porque tem medo. Quer
corresponder às expectativas que os outros projetam e perdeu-se na sua própria alma.
Não sei se é verdade, mas a realidade é que a gente não se fala. Você não diz e
eu insisto no barulho do silêncio. Eu sou assim, eu cato os vestígios pra
acreditar. Mas não dá pra viver de pó.
Veja bem, não acho
que você se submete. Mas você construiu uma embalagem da qual não consegue ou
não quer escapar. Eu perdi meus anos recolhendo as migalhas dos outros e
perdendo os meus pedaços no caminho, agora só acredito no barulho do caos.
Eu sei, eu sei, é
difícil de dizer. Eu to acostumada em ser o não, quando todos só podem responder
que sim. Já sou amiga íntima do dedo apontado e o olhar de canto. É verdade que
ainda não me reconforto com isso, mas simplesmente não consigo fugir. Eu vou
ficar bem sem nós. Só não por enquanto.
Então deixa eu me
embebedar de você. Deixa eu fingir um pouquinho. Cansei de me lamentar, não
posso e nem quero me suportar. Eu sou entediante no fim. Deixa assim no ar que
aos poucos eu vou te abandonando. A gente vai virar algo, eu sei. Eu sinto
daqui. Só não vai ser como o coração quer pintar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário