terça-feira, 28 de maio de 2019

Engolida



Numa mão tenho os meus sonhos, no outro a praticidade. No dia a dia, é como se eu lançasse uma bola de uma mão para outra, porque mesmo quando estou criando estratégias, estou mirando em ideais. Mas você sabe, a vida não é simples!
Ás vezes sinto que dormi no trajeto. Não aprendi o suficiente, não tenho a força tamanha. Vou ser traçada por uma máquina muito bem estruturada e com uma placa de letras vermelhas que diz “você não é bem vinda aqui”.
Me sinto velha demais pra estar entre os jovens que querem flashs, virar a noite e dormir de dia. Me sinto nova demais pra participar dos negócios dos homens brancos, que antes mesmo de eu nascer, traçaram o meu futuro.
Há sempre regras, condutas, perfis os quais tenho que me adequar. E advinha? Não sou e nem quero a integralidade de nenhum deles. Eu quero me locomover entre os espaços. Quero fazer a roda girar do meu jeito! Só que há todo um protocolo pondo travas nos meus pés e aparentemente eu deveria achar tudo isso normal.
Afinal, todos tropeçam vez ou outra nesse ciclo de viver. É claro que penso tudo isso porque não estou onde eu queria. Venho agindo como uma sonâmbula. Ando lendo uma cartilha de sobrevivência, enquanto penso em burlar o sistema. Às vezes meu olho fecha por tempo demais e eu deixo algumas regras passarem batidas. Eu só espero que a minha rebeldia, não me deixe em pedaços!

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