quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aquele modelado jeito de ser...




 
Quando você pára e pensa em determinados moldes que inconscientemente você segue. Das coisas que tangem o seu gosto, das coisas que estão na cara e ninguém, ou até mesmo você, não vê.

Imagina que nem todos os poemas podem ser lindos, que nem todos os versos são sentimentais. Que os que assim não são, nem sempre pertencem ao Parnasiano e que a dor faz parte do plano de ser poeta. Pois um bom escritor deve transcender as linhas e te puxar pras letras e sensações, sejam elas quais forem.

Por que é que a gente só gosta dos colírios? Das cores e dos vícios? Por que ocultamos a podridão do nosso ser, a fatalidade que muitas vezes é viver! Afinal, antes da luz há escuridão e o fato de o brilho se ausentar não pode ser encarado como falta de espiritualidade no coração. É caindo que aprendemos a levantar, não é mesmo? Então por que não mirar o olhar pro feio? Por que não desfrutar dos versos sujos? Há um modo bonito de se ser real. E esse modo, deveria ser apreciado por todos. Deveria ter o reconhecimento de todos.

É lindo cair na fantasia do que não somos para saciar a mente. Mas é imprescindível entender o que nos afunda para não repetir a queda lá fora. Sempre tão cômodo olhar pra si não é? E apontar o dedo pra si, por que gera desconforto? Por que culpar-se é tão chato?

Por que a minha crença é melhor que a sua? Por que as nossas crenças não podem partir de um mesmo ideal e conviver pacificamente? Por que você não assiste jornal e verifica que o que você acredita é um erro! Por que eu não posso errar?

São muitos porquês sem resposta. Muito que eu ainda tenho de aprender e como errante consciente dos meus atos, afirmo que olhar pro lado é necessário. Vê só como é não ter o que tens, perder o que teve, não ser o que és. Por que o mundo é grande e você é único. Existem mil de “não vocês” lá fora, com a porta fechada, tentando se encaixar numa realidade que só existe na sua cabeça. Igualdade, é possível?

Menos injustiças senhor. Dignidade, eu acredito. Seja tu, seja ele, seja eu, sejamos nós. Mas não sejamos também, pra não cair no erro de achar que a perfeição só mora nos nossos limites. Nos limitemos a não criar muros nas nossas mentes. A nos expandirmos e até mesmo sermos inconsequentes, mas apenas no pensar de um jeito torto ás vezes. Na vida que dá, passa e a gente nem sente. Na vida que estamos a levar.

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