sábado, 25 de maio de 2013

Rosas




Quem foi que disse que as rosas são delicadas? Quem nunca viu que seu caule é coberto por espadas? Quem foi esse que realmente acreditou que poderia tocar nas pétalas sem sentir dor? Por que toda mulher deve ser a pura e simples representação do amor?
Para chegar na mais doce fragrância que se encontra num topo de uma rosa, deve se percorrer uma longa estrada de espinhos. Uma pétala não se doa de graça, nem tampouco se entrega a qualquer viajante de mãos bobas e ideias deturpadas.
Estranho, é que as pessoas só lembram da parte doce e primaveril dos longos campos de flores. E condena qualquer outro sopro amargo como incoerência do gênero. “Ora essa, flores são flores, todas devem ser frágeis, cheirosas e inocentes e se assim não são, outra coisa deverão ser.”


Mas que frágil, inocente e agradável odor é quando um espinho espeta-lhe o dedo e arranca-lhe o sangue. Quando escorre na carne o mais puro líquido que te confere vida. Lembrar da recompensa no final da caminhada, não significa esquecer do processo que o fez alcançá-la. E tudo na vida, tem duas faces: a sombria e a louvável.

Então o que achas, de eu me desenrolar em caules acidentalmente ásperos para conferir delicadeza só aos que superarem a longa caminhada de estar ao meu lado? Penso que isso pode ser bem natural. Acho até que as coisas no mundo, poderiam funcionar muito bem dessa forma. Ou menos, funcionam do jeito como o mundo anda..
Não me culpes portanto, se não sou tão entregue aos seus devaneios apressados. Se não me mostro tão rápido. Se não acaricio mãos estranhas. São processos, é a vida, não são manhas. Esse ar de delicadeza facilmente encontrado, pra mim são máscaras de venenos, de impuros frascos.
Cópias que carregam um coração arrasado ou que aos poucos pretendem arrasar os que cruzarem seu caminho. Justamente julgo ser necessário justiça no ato de encantar-se. Encanta-te então, nessas condições, amar-me? Arrependimentos não virão, se tomares o caminho honrosamente.

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