domingo, 17 de março de 2013

Catalepsia

Não negues que me conheces
ou conheça antes de negar-me.
Não se finjas de morto,
se tão quieto viveu a ludibriar-me.
Não ache que caio na arapuca desses seus sonhos vãos.
Agora ando por ter cansado da corrida.
E se esforço fazes tanto,
porque não toma tuas nuances
ao invés de perseguires as minhas?

Amor, não nos amamos,
somos almas perdidas.
Nos encontramos porque antes erramos
e agora complicamos mais ainda!
Desfaçamos o nó e só.
Sejamos íntegros com o que nos sobrou,
não sopremos o resto do pó,
não sacrifiquemos o que ficou.

Se tanto fazes pra lembrar o que passou
é porque no fundo, também queres esquecer.
Se não és objetivo
é porque concretismos também não queres colher.
Somos peixes, querido.
Nadamos juntos e tão sós.
Mas permaneçamos assim pra não criarmos novamente
nosso conto de irrealidades e frissons.

Hoje, me animo muito pouco com teus versos soltos.
Te acompanho pra ser livre,
por perdoar teus imaturos sopros.
Vivamos assim.
Andando de mãos soltas, um ao lado do outro.
Absoltos e preparados pra um começo novo.


Para comemorar o real motivo da criação desse blog: A poesia.

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