quinta-feira, 14 de março de 2019

Porta entreaberta



Eu te disse adeus, mas só esperei você sair pra ficar na porta te vendo sumir no horizonte. Hoje eu até ando pela casa, sento-me na mesa, dou conta da vida. Mas ao fim de toda atividade, encaro a mesma porta, esperando você voltar.

Eu sei que não é saudável pensar nas possibilidades, muito menos reviver a hora que você deixou a minha casa, todo dia. Mas ansiar pela reviravolta, enche meu peito de alegria. Ainda que essa euforia seja ilusória, não quero maldizer você!

Estou no meio do caminho, sabe? Não posso te romantizar, mas também não vejo em ti a malícia de quem pouco se importa. Assim, semicerrei a saída do meu coração.

Tento me convencer todos os dias que não há volta. Mesmo quando eu estou parada e de braços abertos, esperando você chegar. E eu não devo me importar com os seus motivos. Porque, no fundo, só entendo os meus. Teorizar você, não vai te trazer pro meu lado.

A verdade é que o tempo passou e sendo justo ou não o que eu ponderei, você se manteve inerte. Por isso, não devo aguardar. Não posso parar de viver, esperando você. Não posso depositar a alegria dos meus dias em alguém que não vem.

Você passou por mim e deixou bastante coisa. Está na hora de cessar o meu peito e morar só na minha lembrança. Ainda não tenho coragem de fechar a porta. Mas quero acreditar que não o espero mais.

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