Eu
estou fora de mim,
porque estar presente dói.
A visão panorâmica não me agrada,
mas não poder mudá-la
me incomoda mais.
Tenho cometido os mesmos erros
e por isso não quero ficar pra ver o desfecho.
Eu ainda lembro da dor da sua partida.
A
minha fé diz que tudo isso
só pode carregar uma lição.
Mas acho mesmo que é maldição.
O que teria mudado, meu bem?
Ainda sou eu,
com as mesmas manias
e mesmas queixas.
Sou apenas o resultado
da sua primeira má impressão:
mais calejada, mais cautelosa, menos entregue.
Há também toda aquela parte
que você não se deu ao trabalho de conhecer.
E
tudo bem,
você não tem a obrigação
de se servir do meu amor.
Agora penso que não posso deixar
que você se demore
aqui dentro... do meu coração.
Porque quanto mais o tempo passa,
mais duvido que haja amor pra esta carne,
neste mundo.
Eu duvido e não posso evitar.
Girar em círculos não é muito promissor.
Abrir a porta de novo pra você,
também não.
Por
isso eu pergunto:
o que mudou, meu amor?
Me dê motivo pra não ir embora.
Me dê razão pra ficar agora.
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