Eu gosto da etimologia poética que
diz que ser corajoso é agir com o coração. Acho fascinante crer no afeto como
mola propulsora, justamente numa época em que sentir tem sido sinal de
fraqueza. Eu mesma me confundo frequentemente com a força presente no meu
empenho de dizer o que sinto, quando mesmo dando minha cara à tapa, fico sem
saber lidar com o silêncio-resposta.
Acho que a fraqueza do século tem
sido desejar a aprovação alheia. Com isso, nós temos nos multilado, nos
desesperado, adoecido, nos limitado. A gente quer pertencer a todo custo. E
isso mostra muito da inversão de valores da atualidade.
Decerto, o ser humano é muito mais
na troca. Nós só crescemos em sociedade. Mas trocar, não significa termos que
direcionar nossos seres numa única direção. Pelo contrário, é convergir nossos
multifacetados vetores em busca de construir um novo caminho. A gente não
precisa caber em nada além de nós mesmos!
A gente só precisa gostar do nosso
corpo do jeito que dá, aceitar nossas quedas, nossas travas e até mesmo um
rotineiro mau humor. Tudo pra saber levantar no dia seguinte e tentar ser
melhor. Lapidar o templo que a gente carrega de um lado pro outro é uma coisa.
Arrancar partes de nós mesmos, pelos outros, é outra completamente diferente.
Quando a gente respeita o que tem, não há dúvidas. É gigante o amor que flui de
dentro pra fora. As diferenças e até a rejeição alheia perdem espaço. O que
importa é que você foi feitinho pra estar aqui. Do jeitinho que está aqui. E
POXA, VOCÊ ESTÁ AQUI!
O medo, o ódio, a violência é tudo
expressão da rejeição. Coisa que a gente ainda tá caminhando pra tirar da
dinâmica social. E caminhar é preciso. Sempre.
Pra frente, de preferência. Lado a lado com os nossos semelhantes, ainda que
suas cascas divirjam das nossas. Juntos!
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