Eu, de passos rápidos, movimentos
lentos e interior turbulento sempre peço por paz. Peço pelo que me falta, pelo
que desejo, o que tenho dificuldade de encontrar. Por isso, quando ela vem, eu
suplico pra que fique e se demore. Não me deixe com tantas questões, tantas
unhas a roer, tantos vai e vens no meu quarto.
Nesses dias fui agraciada pelo meu
insistente pedido e foi sublime! Imagine só que eu tinha a pólvora, o fósforo e
vários voluntários à minha frente pra mandar tudo pelos ares e mesmo assim,
fiquei no meu canto, rindo com a paisagem. O poder do equilíbrio me tomou de
tal forma que eu me auto observava e levava breves sustos, rindo-me da harmonia
que me é rara.
Repara bem que a calma me abriu mais os olhos
e, portanto, eu não deixei de notar o risco que me cercava. Mas de que
adiantava fazer cena, teimar, criar caso? As pessoas gostam de dizer que o
caminho é não se importar, é se isentar da agonia. Mas veja só, eu não deixei
de perceber o perigo, tampouco me importar com ele. Eu apenas medi na balança e
tive a certeza que de todos, eu seria a que mais perderia ao expressar a
vigilância. Então, obviamente, me poupei.
Por isso, ao contrário da maioria,
te digo: sinta mesmo e com vontade. Não deixe de registrar as peças que te
pregam. Quando mesmo notando que há pessoas que querem te puxar pra baixo,
ainda que você tenha sequer dado motivo, você se sentir apto a não ligar pra
essa malícia, é sinal de que a paz te visita. Aí, meu amigo, abra a porta pra
ela. Deixa ela ficar!
Decerto a maturidade é a locadora
preferida da paciência. O tempo nos ensina a escolher nossas batalhas. É essa
tranquilidade no caminhar que nos deixa mais capazes de lidar com o outro,
saber viver.
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