Das bagagens da vida, a gente carrega as lições e as feridas. Às vezes a mala pesa, a gente cede e pensa que não vai conseguir seguir viagem. As feridas parecem arder mais e o remédio torna-se ineficiente. A vida nos cobra paciência. Paciência pra esperar sarar e saber levantar de novo. Seguir em frente!
Nos tropeços a gente embola ou por
vezes se apoia em alguém. Desde que esse alguém não vire degrau, tudo bem. O
levante pro peito que sara deve ser só seu e de mais ninguém. É compreensível
que a vida sempre leve um pouco de nós. Talvez o sentido da coisa toda seja
justamente deixar que ela alivie o peso das bagagens. Ela põe, ela tira, ela
ensina. Mas no processo, leigos que somos, por muitas vezes pensamos que as
bagagens são conteúdo. A gente se apega e não quer deixar ir. Vínculos que
criamos, construímos, planejamos numa linha muito nossa. Um pequeno liame
dentro do ninho gigante das galáxias.
É como se nunca fôssemos
compreender por certo a razão. E talvez seja melhor assim. Porque se não, não
aprenderíamos. Veja bem, eu sei que é difícil ser grato sempre. É difícil
deixar ir. Mas vamos tentar?
Não dá pra se subtrair só pra
ocupar um espaço que já nem quer mais ser preenchido. Não dá pra controlar esse
pulso louco e multifacetado que é viver. A gente constrói apenas a pequena
costura do degrau. O caminho é sempre mistério. A teia está muito além do que
nossos olhos alcançam. Que se criem objetivos, mas que se permita surpreender.
Deixa fluir, viu? Sente o momento
e a vibração. Não se perde não. Tem alguma coisa lá, mais adiante. Isso aqui é
só um tropeço. É só o tombo e quiçá até o começo. Quem dirá as idas e vindas
dessas nossas almas perdidas? Se apoquente não, menino. O que está posto, está
posto. E o que virá, dirá.
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