Estou na areia, sentada na pedra,
enquanto o mar me beija os pés. Estou com a mente cheia, vagando em nós. Em
como desejei que você ficasse. O quanto rezei pra que o que não fosse meu,
fosse embora. Dos dias que te arranquei do peito e que no segundo seguinte,
lembrei do teu beijo. Do quanto chorei e sorri por ti. Do quanto você ainda
está aqui, em tudo que faço. Do quanto não sei.
É tudo confuso pra mim. Não sei por
que você veio e nem pra onde você vai. Mas te vejo aqui, num estalar de dedos.
É tão certo esse gostar. Tão estranhas as certezas. Você vai embora num piscar
de olhos. Você volta numa tarde fria. Seria eu a sua guia, sua amiga ou sua
amante secreta? Não sei o que sou, sei o que sinto.
Isso me basta até certo ponto.
Isso me alivia o nó, em alguns tropeços. Mas isso não me resolve por completo.
Porque sou mais completa quando você chega. Porque as histórias de amor fazem
mais sentido quando você está. Ainda te quero e você sabe. Mas isso nos deixa
em círculos sempre. Porque você não vem.
Você nunca vem. Por quê? Há sempre
uma distração, uma prioridade. Há sempre uma interrogação na minha vontade. Mas
há sempre nós. Que não desamarram. O coletivo. Você comigo. Nós, sem solução.
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