sábado, 30 de abril de 2016

Eulírico


Acabou. Acabou? Eu não me conformei. Não podia encerrar esse livro assim: com dois personagens pouco convictos de que deveriam se afastar, mas mesmo assim o fazendo. Não havia desastre natural, doença ou pessoa que justificasse tal distanciamento. Mas o que havia então?

Haviam palavras... muitas delas. Meras fumaças. Oras construindo pontes de um futuro promissor, oras destruindo a trilha que se formou. Haviam nós ali. Confusões que ele criara na cabeça e o sentir que ela guardara por muito tempo e talvez liberara cedo demais. Há vilão e há vítima? Ele diz que sim. Mas na verdade eu só enxergo duas almas perdidas, que se apoiaram e deram o que podiam dar de si. Houve esforço, houve verdades, houve razão e a falta dela também. Mas e o ato? O ato também era fumaça. Por isso eu não me conformo.

Fiz ela correr, contra seus próprios padrões e fazer da ideia o concreto. Então houve nós. Eles se juntaram como quiseram por tanto tempo, talvez de um jeito torto, mas do jeito que o dia pediu enfim. E foi lindo, e foi troncho, e foi estranho, e foi belo, e foi... real! Mas então acabou. Acabou? Eu fechei o livro conformado. Deixei que o leitor decidisse. Não vou mentir, havia uma certa insatisfação em mim... Mas nem sempre a gente escolhe os personagens que a gente cria, não é mesmo?

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