Faz
algumas horas que eu soube que você foi pro espaço. Faz algumas horas que você
virou pó de estrela e voltou pro começo de tudo. Talvez agora você esteja
radiante, afinal você perseguia o infinito, não é mesmo? Você sempre quis
ultrapassar os limites terrestres. É estranho escrever-te assim. É estranho
pensar que eu tava te acompanhando mas não disse “adeus”. Faz tempo que não nos
falamos, mas de alguma forma ainda acho que entendo. Entendo porque tudo é meio
assim incompreensível.
Essa
não é uma carta de adeus, mas é um “ei, você viverá pra sempre”. Viverá na vida
de todos nos quais você passou. Pela sua pureza muitas vezes criticada, pela
sua verdade inabalada, pela sua indiferença com a maldade mundana. Era simples,
tinha que ser.
Me
desculpe viu?! Eu não pude compreender. Mas hey, viaje entre galáxias meu amigo!
Conte a quem puder o que viu. Encontre a luz! Vá com tua leveza andar com o
altíssimo. Brilhe pra nós nas noites sombrias. Tenho certeza que não há do que
se arrepender. Tenho certeza que você fez a vida valer. Você ensinou mais do
que aprendeu.
Precisei
do silêncio pra escutar tuas lições. Sei que conheci um pequeno rastro da sua
existência, mas foi o bastante pra saber que algumas coisas apenas são reais.
Algumas coisas reais são muito loucas. Não dá pra ficar parado esperando o
tempo dos outros. É tudo efêmero. Mas a alma, o rastro, a marca que deixamos é
eterna. As saudades não acabarão.
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