Aqueles sentimentos que eu já julgava definidos no
meu caráter, voltam com seus rompantes, cada vez mais emotivos e
surpreendentes. Inconstância, amargura, totalmente desnecessário! Eu sei os riscos, eu já passei por isso,
eu já senti isso e não gostei. Por
quê eu teimo em senti-los novamente?
Sempre me apegando do mesmo jeito, sempre esperando pelas mesmas
respostas, as mesmas que nunca vem.
‘Amizade’ como muitas outras palavras, tem mil
significados e cada um toma pra si um modelo, achando que na verdade seguem
apenas um. A minha certeza parte da idéia que o modo como interpreto essa palavra
toma magnitudes que não vejo ao meu redor... Seria audácia minha dizer que eu
diferente dos outros a sinto?
Sentí-la,
pra
mim, é aceitar um não ou uma cara feia ás vezes. É dizer não também, tirar um
riso de uma lágrima, compreender a tristeza, decodificar no silêncio a
sensação... e tantas outras variações que me fariam voltar e voltar, e ter
saudades de sentir novamente.
Só sei que agora, meu orgulho não aceita mais ser
ferido. E viver degustando um amargor que eu já provei, não está nos meus
planos.
Na guerra dos impulsos contra o raciocínio, quem se
rende primeiro? Por enquanto só sinto os altos e baixos dessa eterna batalha...
Não quero deixar de sentir, muito menos parar de pensar quando o fizer. Então
me recolho e me distraio no vívido universo paralelo que aflora na minha mente.
Minha expressão se rende, pois a surpresa se foi, minha esperança pede:
realidade, você poderia agir ao menos uma vez com mais humanidade ?
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