Numa mão tenho os meus sonhos, no outro a praticidade.
No dia a dia, é como se eu lançasse uma bola de uma mão para outra, porque
mesmo quando estou criando estratégias, estou mirando em ideais. Mas você sabe,
a vida não é simples!
Ás vezes sinto que dormi no trajeto. Não aprendi o
suficiente, não tenho a força tamanha. Vou ser traçada por uma máquina muito
bem estruturada e com uma placa de letras vermelhas que diz “você não é bem
vinda aqui”.
Me sinto velha demais pra estar entre os jovens que querem
flashs, virar a noite e dormir de dia. Me sinto nova demais pra participar dos
negócios dos homens brancos, que antes mesmo de eu nascer, traçaram o meu
futuro.
Há sempre regras, condutas, perfis os quais tenho que
me adequar. E advinha? Não sou e nem quero a integralidade de nenhum deles. Eu
quero me locomover entre os espaços. Quero fazer a roda girar do meu jeito! Só
que há todo um protocolo pondo travas nos meus pés e aparentemente eu deveria
achar tudo isso normal.
Afinal, todos tropeçam vez ou outra nesse ciclo de
viver. É claro que penso tudo isso porque não estou onde eu queria. Venho
agindo como uma sonâmbula. Ando lendo uma cartilha de sobrevivência, enquanto
penso em burlar o sistema. Às vezes meu olho fecha por tempo demais e eu deixo
algumas regras passarem batidas. Eu só espero que a minha rebeldia, não me
deixe em pedaços!
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