sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

All eyes on me



Eu que iniciei o ano 19 sem expectativas, me surpreendi bastante com a vida. Passei a colecionar momentos com pessoas que amo, em ambientes que me cativam, rindo com a maior verdade da minha alma e claro, retratando tudo. Retratei com os olhos e com a câmera.
Assim, eu compartilhei meus risos, minha pura alegria e quase que instantaneamente atraí mais olhares do que pude imaginar. Mas ao revés, me pareceu que esse contágio despertava nos outros sentimentos que não me orgulho. Aliás, já faz tempo que andei pensando que a felicidade das redes é mesmo muito intrigante.
Não vou cantar a pedra da necessidade de exposição e sorrisos fakes. Mas ver pessoas felizes me alegra! Juro! Interagir com a felicidade alheia é algo que me aquece o coração. Mas por alguma razão, pouquíssimos se arriscam a fazer o mesmo comigo. E eu fico pensando até que ponto realmente há troca.
Sabe, eu compartilho aquele momento de puro entusiasmo e penso “caramba, as pessoas vão se motivar com isso e vou interagir um monte”. Outros momentos, estou num estágio de tédio absoluto, posto uma careta aleatória e chovem directs... isso me faz pensar que as minhas insatisfações são mais interessantes pros meus seguidores.
Talvez seja essa a razão de as pages com piadas tipo “eu odeio quando acontece tal coisa...”, “queria ser como fulano de tal”, “a minha vida parece um disco arranhado porque whathevershithappens” façam tanto sucesso. As pessoas adoram postar sobre suas alegrias, mas não gostam tanto assim de ver a dos outros. E isso é preocupante. Quer dizer, não faz sentido algum!!!
Somos uma geração de zumbis que apenas se alimenta das tripas dos outros? Ou talvez eu apenas seja uma fã de The Walking Dead falando loucuras...O ano é 19, mas as políticas públicas datam de 1964. As coisas pararam de fazer sentido nos últimos três meses. É isto.

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