É o segundo dia em
que gasto toda minha reserva de água. Tudo desceu ralo abaixo em intermináveis
gotas. Pingos aparentemente óbvios mas talvez nem tanto. Começa fácil, termina
com pensamentos difíceis de suportar. Pensei que podia resolver tudo. Não sabia
que apostava tanto nas pessoas. Não percebi que dependia tanto delas.
Entrego meu coração
de bandeja por uma boa amizade. Largo sorrisos fáceis para qualquer
companheirismo sincero. Protejo como cria, quem ao meu lado estiver. Mas
talvez, protegê-los seja mesmo a minha
proteção. Talvez eu precise estar rodeada pra me sentir completa. Bom, assim
eram com os outros dois. Aqueles que se foram ou ainda vão. Não sei ao certo,
estou parada no meio...gotejando.
Falta-me ar pra
explicar, minha mente se embaralha fácil. Falta-me água pra pensar, é muito em
tão pouco tempo. Estou exausta. Me falta tudo aquilo que não imaginei perder.
Água é vida, o mar me movimenta. E aqui estou eu novamente, mareando por falsas
certezas. E então, se já me refiz, o que será certo agora?
O incerto se faz
constante. As perdas se fazem imensas. As forças se esgotam. É tudo maremoto.
Eu sou lentidão. A visão do que não deveria se enxergar. A percepção dos
teatros superficiais. A comédia social, o show particular insensato. A crença
que vai, a fé que não acaba. A esperança que quebra, mas não se corrompe.
Estou no fim...mais
uma vez. Quero re-começo. Re-criar e por fim, re-viver.
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