Depois de toda exaustão, recolher-se é sempre a melhor opção. Depois de muito sentir e não ter para onde fugir, ficar só e respirar é revigorar-se. E nesse momento de introspecção pude observar de um binóculos tudo que me rodeia. Me senti mesmo distante de tudo o que vi.
Reconheci velhos
sentimentos em outros personagens e vi também o quanto eles são pequenos. Vi
sobretudo o descaso. Tudo aquilo que vive só e pouco se importa em que ponto eu
entro ou me integro. Então renego. E esse tudo protesta por minha atenção, ironia
não?! Sentimentalismos vãos quando você dá em troca a mesma indiferença que
sente na pele. A vida é assim.
As pessoas temem ser coerentes com o que sentem. Magoar o próximo pela verdade é um absurdo. É mais confortável agradar a todos com um sorriso amarelo. Imagina só o que fulano vai pensar de mim se eu disser que eu odeio quando ele fala assim? Mal sabia cicrano que fulano falava mal dele, mesmo com toda cautela que esforçosamente se manteve até aqui. São as regras da boa convivência,oras. Não quero conviver assim.
Não que eu pretenda permear a hostilidade crítica... Eu só quero ser justa comigo mesma. Estar de acordo com o que sinto. E uma boa habilidade com as palavras, faz da verdade doce. As pessoas deveriam estar prontas e aguçar os ouvidos para ouvi-las também. E se não estão, controlo-me até o ponto em que posso calar o furacão que se forma em mim, quando meus ideais se chocam com o externo. Daí pra frente, respiro e teço minha teia. Quem valer à pena termina a linha comigo. Quem protelar, desfaz a linha e fica no caminho.
Minha vida é assim. A gente aprende a escolher o que é melhor pra si. Entre minha verdade e uma multidão de superficialidades, escolho a mim. Quero sorrisos de verdade e amigos que os devolva sem cobranças.
À você que exibe para uma plateia invisível a sua vida, cuidado com o preço do show. Exibir-se é ficar nu para uma enxurralhada de análises e dedos da sociedade. Reclamar, amigo, é mero capricho infantil. É dramalhão pago da TV. É ser obviamente um idiota, fazendo cena para um público que pouco se importa- ou que também finge se importar-. Seja íntegro e mantenha polida a única coisa que sempre será realmente sua: a vida.
Ser gente está em assumir as consequências dos seus atos. Isso é crescer...e viver. Por enquanto, ainda me escondo. E observo a arena do coliseu fazer poeira. Gente comendo gente e se sentindo maior que o próprio superman. Gente provocando ciúme pra sarar a dor de algo mal resolvido. Alguém já parou pra perceber que pra tapar um buraco é melhor preenchê-lo do que cavá-lo mais ainda?!
É. Nesses momentos,
entrego meu silêncio. Vou pra longe com meu binóculos. Não quero pertencer ao
teatro social. Sou carne viva, um mar de emoções e vendaval. Sou uma humana que
tristemente ainda insiste em entender a sua raça. Tô fazendo pirraça, mas só
pra sobreviver à intriga. Pra olhar pro Sol e achar graça... amanhã, quando
tiver menos amargor no peito. Quando tiver me entendido com esse destino
faceiro. Esse que tira as coisas e me larga no chão, no vai e vém da rotina.
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