domingo, 28 de julho de 2013

Escondida


Depois de toda exaustão, recolher-se é sempre a melhor opção. Depois de muito sentir e não ter para onde fugir, ficar só e respirar é revigorar-se.  E nesse momento de introspecção pude observar de um binóculos tudo que me rodeia. Me senti mesmo distante de tudo o que vi.


Reconheci velhos sentimentos em outros personagens e vi também o quanto eles são pequenos. Vi sobretudo o descaso. Tudo aquilo que vive só e pouco se importa em que ponto eu entro ou me integro. Então renego. E esse tudo protesta por minha atenção, ironia não?! Sentimentalismos vãos quando você dá em troca a mesma indiferença que sente na pele. A vida é assim.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Esgotada

É o segundo dia em que gasto toda minha reserva de água. Tudo desceu ralo abaixo em intermináveis gotas. Pingos aparentemente óbvios mas talvez nem tanto. Começa fácil, termina com pensamentos difíceis de suportar. Pensei que podia resolver tudo. Não sabia que apostava tanto nas pessoas. Não percebi que dependia tanto delas.

Entrego meu coração de bandeja por uma boa amizade. Largo sorrisos fáceis para qualquer companheirismo sincero. Protejo como cria, quem ao meu lado estiver. Mas talvez, protegê-los seja mesmo a minha proteção. Talvez eu precise estar rodeada pra me sentir completa. Bom, assim eram com os outros dois. Aqueles que se foram ou ainda vão. Não sei ao certo, estou parada no meio...gotejando.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Free Horse

Algo em mim pulsa como os galopes de um cavalo livre. Algo que pula enquanto vejo  filmes de faroeste, que me faz voltar os anos e mantém meus olhos arregalados para não perder a cena. Uma coisa selvagem, que alguns chamariam herança dos “pele vermelha”. São totens, coquais, espere..uma tribo. Índios!

A inocência natural indígena, algo pelo qual me guio. “A justiça dos homens” é real? A justiça é mesmo JUSTA? Como igualar seres desiguais? Como perseguir tão friamente a razão, quando nossos passos são tão emocionais? A liberdade exige amor. O mundo exige TRIBO. União, amigos. Menos dedo no umbigo. Os brilhos nos olhos abaixo do cocar. A consciência que o mundo oferece tudo e que tirar mais dele, é ignorância. Pra que roubar quando se pode trocar?

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Multidão




Procuro incessantemente barulho porque estou farta de silêncio. Ele me inquieta, me recorda as minhas perdas, me faz inútil. Então deparo-me com a multidão à bradar superficialidades, construindo sonhos que cogitei no passado, vivendo coisas que eu quis, sendo bonecos ocos recriando uma realidade triste. Então, quero fugir.
Quero fugir desse meio...termo. Porque ficar nos radicalismos já não posso. Ficar só em mim é desesperador, temo não voltar sã depois da viagem. Viver no mundo, parece descartável demais para a minha embalagem. E então? Cuspir no povo e repudiar a sociedade? Estranhamente acredito no mundo, num novo começo de era, nas pessoas de verdade. Nesse instante, estou muito distante e nessas ocasiões costumo mergulhar na mediocridade. As manchas sociais me saltam mais, me fazem ir mais fundo, alimenta minha individualidade.


Epopeia do vácuo.




Dessa vez, não houve nada que eu me pus a pensar porque na verdade, tais pensamentos ainda não param de ecoar na minha mente. Venho refletindo sobre algumas certezas, sobre meu ponto de equilíbrio, do que é não tê-las. Reparei que eu apoiei minha alma em duas bases, duas fortes amizades. Trata-se de uma dama negra e de um cavalheiro com ar de menino.
Não é que eles tenham morrido, mas ambos se perderam de mim em algum ponto. Ambos tendem em carregar tudo pra si, tanto que meu zelo parece sufocá-los. Não quero ser peso, mas também não quero deixar minhas bases ruírem.