terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Neblina


Um dia normal, mais um dia igual, em que durante o banho eu me vejo parada, esforçando-me numa tentativa quase infantil de enxergar através do embaçado úmido. Do outro lado do vidro vejo meu relógio digital, com mais um daqueles horários repetidos. Horários que mantém a minha esperança viva, que me dizem muito e também nada.
Estava parada constatando, pela milésima vez, o quanto aquilo era importante pra mim. E assustada, por tamanha insignificância. Estranho eu ter ido além do conotativo enquanto refleti e via o que eu fazia. Pois é mesmo assim que tenho agido todos esses dias.. tentando ler algo além do que tenho nas mãos.

Estou no meio da fumaça, vendo tudo e entendendo nada. Tudo isso com um “quê” de negatividade, pois as sombras invadiram minha mente. O fim se faz tão presente em meus pensamentos que me faz querer desistir de pensar. Tudo é efêmero e insuficiente e não consigo afastar essas sensações. Irrito-me então, por me afundar nessa escuridão e não ver escapatória.
Mas, irritante mesmo é me preocupar com o que não tenho nas mãos. É como se uma nuvem negra estivesse me acompanhando e eu precisasse me agarrar a qualquer rastro de ilusão, pra sorrir. Pra quê? Um riso de meia hora, que não vale por um sorriso de real felicidade. Feliz eu estaria se você me desse um chão firme. Mas é tudo neblina, então de noite eu riu, pra quando a manhã chegar eu me perder no ar. Ficar suspensa entre meu cérebro e algo mais.

Pensando..pensando.. em nós, pra onde vamos, se você vai. Me faça rir amor, porque chorar não posso mais e nem consigo. Em meus versos mais uma vez divido, o seu ar duvidoso de paixão. Sê vem comigo, não vem não?

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