quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Incompleta


Estou num dia daqueles em que nada faz sentido. Você acorda com enxaqueca e sua mente dá um giro. Oscilo entre pensamentos ruins, entre vontades, me perco e então desisto dessa coisa de pensar. É que faz um certo tempo que o destino teima em me contrariar...

Não escondo de ninguém essa minha mania de planejar a vida, criar expectativas, ver além do que estou construindo. Esse comportamento é também meu calvário, pois qualquer diferença do que eu havia desenhado em mente, algumas vezes, me deixa perdida. Estou bem na crista da onda, quando sei o que tenho e o que quero, mas não consigo definir exatamente o que sentir. Incompleta e só.
Decidi esse ano que meus desgastes não serão em vão, só transbordarei mesmo quando minha dor não couber em mim. E acontece que essa história de portas fechadas mexeu muito comigo. Fui reprovada no obstáculo que reside em meus sonhos há 3 anos e não consigo deixar de parar na causa disso tudo. Sei que fiz o que pude, e também sei que essa porta não se fechou por incapacidade. Mas é meio difícil olhar pro lado, ver teus amigos conquistando o que queriam e saber que você não faz parte disso tudo. “Por que funcionou com eles e não comigo?”

É o tipo de questão que te deixa mesmo apreensivo. É também o tipo de coisa que ecoa nos meus pensamentos. Nada está perdido. Tive conquistas, estou tentando ainda, mas me sinto repleta de coisas que não entendo. Sim, “coisas”. Penso se de repente eu não podia ter tentando mais. Lembro que não. Reviro toda as minhas experiências e penso novamente por que a minha maior habilidade foi reduzida em uma nota mínima. Por que num mesmo ano, minhas certezas foram tão abaladas... Eu estava certa, sobre fatos errados? Então recordo das frases que mestres me direcionaram: corrigir os seus textos é tão fácil, é o que me dá menos trabalho , você é aluna de UFBA, de onde veio essa sua habilidade?.

Estranho, desde o início, não sinto o fulgor da aprovação. Aquela vontade de fazer festa porque fui aceita em algum canto. Só tenho observado a alegria alheia e me saciado com o silêncio, ou satisfação pelo próximo. Agora estou bem assim, no estático. No momento em que minha cabeça afunda pelo fracasso e meu cérebro grita que não é o fim. Afinal, fui aceita em algum canto. Algum canto... daqueles bem reconhecidos e que deveriam ser a minha luz. Então me encolho e penso, qual é mesmo o meu canto?

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