Ás vezes penso que sou
milagre, porque me estico desse tronco garboso. Outras, sinto um medo enorme! Daqui
do alto posso ver o chão e sei que se eu secar, eu caio. Eu caio de forma
insignificante, como um graveto estorricado.
Mas o que eu gosto mesmo
é de observar o tempo. Daqui de cima o farfalhar das folhas é música. Você
sabe, a Terra respira. Só as vezes que me pego pensando que pra uns eu sou
engodo, desses que gato se enrosca, pra outros eu pareço os braços do tempo...
tudo segue dependendo do ponto de vista.
E daqui de cima, eu sigo
observando. Não pertenço totalmente ao ato, eu sou parte de algo, mas dependo
dos outros para ser. Assim as pessoas
me encaixam onde acham necessário. Que vida! Estou sempre pendente de ser o que
querem que eu seja. Afinal, eu sou só um galho.
Eu posso até ter a
frequência da vida! Pros românticos posso ser até instrumento de beleza... Mas
normalmente sou um ponto de interrogação enorme. Se agrado, sou incrível. Se
atrapalho, um desastre. Eu tenho os meus dias de flor. Eu tenho os meus dias de
queda. Não posso errar no meio-tempo, afinal eu sou um galho. Você vai me
ressignificar amanhã!
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