Eu
tirei férias de mim. Tornou-se insuportável abrigar o meu próprio corpo, então
conformei-me com o papel de expectadora. Eu que nunca medi esforços pra ser
protagonista da minha própria vida, aceitei vê-la escapar diante dos meus
olhos. Fui deixando o tempo passar, porque já não era capaz de enxergar a saída
pro labirinto em que me coloquei. Sim, eu não posso me eximir da
responsabilidade de estar aqui, assim, desse jeito. Eu dei os passos ou os
procrastinei!
E
os tombos pareciam tão imensos, tão gigantes diante dos meus olhos. Tão sem
importância p r o s o u t r o s! É essa
coisa da auto sabotagem... A minha mente insiste em trabalhar contra mim. Veja
só, eu não passo fome, eu não conto minhas costelas, eu não tenho a dor do
mundo e isso é muito privilégio, sim. Mas a minha cabeça e o equilíbrio dela
importam, e muitas vezes é difícil estar sã.
É
por isso que eu faço meus rituais, que eu peço perdão e agradeço. Que imploro
visão! E eu continuo sonhando, sabe? Aliás, no meio disso tudo é sempre bem à
flor da pele. Eu recebo visitas enquanto durmo, daquelas que eu posso quase
afirmar que foram de corpo inteiro mesmo. Foi encontro e foi intencional. Assim
eu vivi por quase 20 dias. Até que sonhei que meu sangue era pálido e ninguém
dava importância pra ele, mesmo que eu gemesse em fraqueza.
Foi
quando eu abri um olho e tentei digerir a ideia de viver só em carcaça. O ano
está findando e as previsões pro que vem são tão vívidas! Há muito coração em
promessa, com o vermelho coroando o clima e as pessoas discutindo o agir em
diferentes aspectos. Por isso eu pensei que não dava mais pra fugir de mim e
nem daqui. Eu preciso voltar pra mim. Eu preciso e s t a r outra vez!
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