quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Coffee and thoughts.


"Enquanto encarava uma xícara fumegante de café numa mesa qualquer, o vapor esquentou-me tanto as vistas, à ponto de levar-me além dos meus habituais pensamentos. Mergulhei na memória e comparando os fatos dessa nossa história, percebi que somos personagens novos de um caso antigo.
Prescrevemos antes mesmo de ter nos conhecido. Não éramos homem e mulher, vivíamos como meninos. Jovens indecisos, embargados pela inexperiência. Não arriscamos, não cedemos, apenas nos mantemos prisioneiros dos olhares. Nossas almas expectam por entre íris, enquanto nossos corpos garantem distância segura.
'Por quanto tempo viveremos a idealização do que somos?' Já quis saber. Mas agora, já não sei se quero. Acho que temo o caminho que antes fora traçado e que facilmente pode se redesenhar. A cafeína tem me deixado confusa. Já não tenho certeza se é mesmo sua, a íris que devo procurar.
Mas quem sou eu nessa cafeteria? Mais uma entre milhões e se nos pertencêssemos, nos notaríamos sem esforço. Não como os amantes dos filmes, mas como almas marcadas pelo destino à se desejar.
Meu café acabou, querido. É hora de voltar pra casa. 'Mas e você, vem me buscar?' Passei por entre a porta, abandonei o recinto, ainda à delirar."

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