domingo, 17 de março de 2013

Apneia


E se o ar fosse água, que diferença faria respirar? Respiraríamos ainda, mas de um jeito peculiar.. Mas e se viver for mera ilusão e a minha lâmpada fosse um aquário? Pude jurar que vi um peixe lá.

Vejo vida em cada canto, cada brecha de abandono. E quando me desespero afundo e sinto as ondas mareando nos meus ombros.

Me arrepio com o ritmo dos destinos destroçados. Nas melodias que se entrelaçam pra falar dos sem sorte que mal têm mar. Dos que secam, sem nem lágrima deixar escapar...

Me balanço no embalo do sonho, no desejo da criação. Do futuro que construo, da renovação da plantação. Na nova gente que nasce e que mareia como eu. Na consciência que brota e evoca uma era de comunhão pra Cristãos, Islâmicos e até Atheus.

E o que é a religião se não o desejo da união? De um jeito torto e retorcido, pessoas pregam que ainda há um destino. Ao lado de Deus, do meu ou do seu, andemos então, em frente sempre, na trilha da vida, no mar da salvação...

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