E
o que sou? Este ser mergulhado entre as ideias e o
movimento mundano. Mas hoje, afundei foi em mim. Nessa minha imperdoável mania
de ser eu. Eu de um jeito analista e
empático, eu perfeccionista.
Importando-me demais com o torto e com as suas curvas. Ou ainda, presa demais
no que as inconstâncias atraem. Incomodo-me mesmo, mas me aquieto quando o incômodo é gente.
Porque gente é do
tipo bicho teimoso, que por mais insistente que eu seja, uma palavra severa
pode não causar efeito. O fato é que no meu caótico silêncio, eu me entendo e
me conforto. Mas se por um acaso retira-me dele e obriga-me a ser literal,
espumo todo o redemoinho que aqui se guarda. Mostro por fim, o tsunami que há
em mim.
Não me obrigue a
abrir meu peito indiscriminadamente. Pois não sabes o tamanho do que guardo e
quão assustador é, quando solto.
Ainda assim, tão fundo em mim, olhei de relance a Lua e vi que antítese é a vida. Pois aqui no meu quarto, me sinto imensamente perdida em rancor, mas quando olho as estrelas, vejo o ponto que represento no mundo. E mais: a desimportância que é se deixar atingir por alguém.
Ainda assim, tão fundo em mim, olhei de relance a Lua e vi que antítese é a vida. Pois aqui no meu quarto, me sinto imensamente perdida em rancor, mas quando olho as estrelas, vejo o ponto que represento no mundo. E mais: a desimportância que é se deixar atingir por alguém.
Dentre os pontos
universais, os coqueiros do meu quintal nada são. Imagine então que sou eu no
meu cubículo caseiro? Eu aqui, pequena, perdendo-me dentro de mim por outro ser
menor ainda. Pois eu, ainda em
barulho, enxergo meus limites e os meus erros, mas esse ser que hoje me tira do
eixo, pouco vê, pouco escuta, pouco
entende. E isso provavelmente é a causa dessa minha bagunça. Esperei muito
mais de alguém, pensei estar no lado de um corpo tão compreensivo quanto eu. E o que colhi?
Pirraças,
alfinetes, intrigas de menina pequena que de um jeito sutil me cutuca. Dessas
sutilezas que soam como pena para o mundo, mas que sinto como blocos de
cimento. Lamento, que se rebaixe tanto ao meu lado apenas pra ter a sensação de
alguma altura. Até porque, enquanto assim segues, assim continuarás e eu posso
até afundar em mim, mas saio do meu mar quando souber que for a hora. E com
toda certeza, essa hora sempre
chega.