domingo, 3 de fevereiro de 2013

Me guia



Então é 2 de Fevereiro, dia da rainha do mar. Rainha que guia o terreno da minha alma, mãe das águas, de nome Yemanjá. Assim como seu reino, ela é mistério, seus enfeites brilham em encanto, sua calda e seu manto me cobrem com graças que não sei explicar. E hoje me vi lá, num barquinho com o olhar vidrado no horizonte, balançando ao ritmo da correnteza, tudo em nome dessa sereia!

Mulher ou mito? Figura danada, que mesmo em seus dias me faz navegar! Fui parar nas profundezas do meu corpo, viajei nas ondas dos meus pensamentos e no que estive a desejar. Vi que conquistei o que queria e que podia estar a um passo de ter muito mais. Cumpri a promessa que fiz em terra e que me fez transbordar por meses. Eu estava lá. Com as ondas debaixo dos meus pés, enfrentando o mar que eu queria, o mar que sempre me pertenceu.

A brisa dessa vez me beijava e não me levava como num vendaval. Eu, as flores, as alfazemas e outros que creem na mulher sereia. Por um segundo, esqueci que não estava só e pude conversar com ela, falei com o ar. Pedi por mim, pedi pra acalmar o turbilhão que invariavelmente surge em mim, dar um basta nessa correnteza que me arrasta pro nada. Quero nadar, navegar pra frente sempre!

Minha sereia, te sinto agora como esta manhã jurei estar contigo. Este é mesmo o caminho não é? Posso gotejar as vezes, mas sei que estarás comigo. Sei que teu azul me guia e que seu misticismo me energiza. Me enche Yemanjá, com tudo que sabes que posso suportar, me agregue novamente às suas águas. Quero ser sua filha, quero te mimar, cuidar também da minha raiz Terra que te beira, cumprir meu destino e em ti desembocar.

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