Psiiiiiu,
vai começar! As luzes se apagam e a magia acontece. Então eu paro e vejo, duas
criaturas a viver uma situação inusitada tão similar à um instante em que
passei. Parei e pensei. Na provável hipocrisia do meu intimismo. No meu
assumido modo de expor a verdade e me esconder em mim.
Sinceramente? Gosto
da verdade em todos os aspectos. Pra mim, ela deve ser dita, se mostrar e as
pessoas vesti-las, sempre que poderem, do jeito que quiserem, contanto que seja real. Mas gosto do meu espaço.
Gosto do meu canto inalcançável, não quero que o público entre nele e remexa em
mim. Me decodifique por inteira e divulgue o que há aqui. Não quero mesmo ser
propaganda social. Quero causar revoluções mas de valores éticos necessários.
Mudar o que for preciso, quando preciso
for.
Tenho
mesmo que me mostrar pra ter moral? Exibindo-me, penso
que serei moralizada e não causarei
impactos de consciência. E um fato é certo: análises me incomodam. Meu
perfeccionismo me prende a um mundo em que meus erros e falhas me angustiam.
Sei disso, conheço bem meus deslizes, mas não os quero apontados por terceiros.
Isso é um erro?
Talvez. Quero o
certo às claras e estou em parte às escuras. Mas nessa coisa da busca pela perfeição,
sei bem que há utopia e portanto não me encaixo. Aprendi a ter orgulho dos meus
desajustes, isso me caracteriza, personifica minha marca. Sou eu, me mostrando e me escondendo quando posso. Observando sempre.
Vendo que na
maioria das vezes, quem mais se mostra pouco diz sobre si. São propagandas
incoerentes da indústria que massifica padrões. Sou do tipo produto diferente,
não quero me misturar a essas multidões. Quero verdade, me doar aos que merecem
e que perseguem a justiça, assim como eu. Parte deles já tenho, denomino-os amigos, parceiros de filmes inteiros.
Cinemáticos íntimos e meus. Caricaturas revolucionárias da vida, que carrego no
lado esquerdo do peito.