sábado, 23 de setembro de 2017

Menina e Mulher


Eu queria poder me abaixar sem temer que ao me empinar, alguém passasse e me tirasse o pedaço com os olhos. Queria que a minha carne aparente, fosse carne como qualquer outra e não o menú principal de algum predador.

Eu sei que a gente é carne e perece. Só que a maioria esquece e se aquece com muito pouco. A gente dá valor demais ao que é fresco. A gente inventa maneiras mil de cozinhar. Há sempre um jeito novo de assar ou fritar. Um ângulo novo para se sexualizar. Um canto do corpo à amostra que é tentação.