Faz
algumas horas que eu soube que você foi pro espaço. Faz algumas horas que você
virou pó de estrela e voltou pro começo de tudo. Talvez agora você esteja
radiante, afinal você perseguia o infinito, não é mesmo? Você sempre quis
ultrapassar os limites terrestres. É estranho escrever-te assim. É estranho
pensar que eu tava te acompanhando mas não disse “adeus”. Faz tempo que não nos
falamos, mas de alguma forma ainda acho que entendo. Entendo porque tudo é meio
assim incompreensível.
Essa
não é uma carta de adeus, mas é um “ei, você viverá pra sempre”. Viverá na vida
de todos nos quais você passou. Pela sua pureza muitas vezes criticada, pela
sua verdade inabalada, pela sua indiferença com a maldade mundana. Era simples,
tinha que ser.