domingo, 12 de agosto de 2012

Personalité.


Sabe a dor que surge quando se tem apreço por alguém e esse alguém de repente te julga, ou te enxerga de um jeito distorcido?  Então, foi-se o tempo em que eu fazia malabarismos mil pra mostrar meu caráter e refletir minha essência. Mas o tempo passou, e que pena, já que hoje tudo isso me cansa.

Tenho minhas próprias perspectivas e objetivos e nenhuma vontade de provar meus ideais. Só é chato perceber o quão repetitivo é ser confundida com algum objeto oco, tendo tanto guardado no peito e que não se mostra. Nesses momentos, faço minhas as palavras de Oswald de Andrade e penso mesmo que “meu palitó é de vidro”. Afinal mesmo não fazendo questão de reafirmar nada, ainda me deixo atingir por palpites sem conhecimento.

De qualquer forma, tenho aprendido a respeitar as observações alheias e até confesso que tem sido divertido assombrar as almas que se arriscam a me desvendar. O medo é interessante quando se retém a essa linha. Afinal, pra cada fada há uma bruxa, não é mesmo?

E como bruxa, minha língua é venenosa. Rastejo entre a timidez e a coragem e invariavelmente bocejo certas verdades. É que passei boa parte da vida presa num palitó trincado, provando o meu valor e tentando ser agradável. Infelizmente, hoje meu ego se diverte nos desagrados e os meus metódicos conceitos emergem com tudo que tenho me tornado.

Portanto se me conhecer, terá o desprazer de me ver defendendo o que sinto. Porque eu nasci e cheguei até aqui e quero mesmo mudar o que está ao meu alcance, ainda que isso seja inconveniente. E a maioria? Que se conforme, estou feliz comigo e isso basta.