Há um embrulho que acompanha o
nosso laço. Sim, porque às vezes o nosso encontro é desordenado e alguém acaba
falando mais do que devia. E o que eu queria, era que nessas horas a gente
sentasse e abrisse o peito. Que a gente se encarasse sem armadura, sem disfarce
e só falasse o que pesa, o que embola e atrapalha. Porque eu sei que esse
embrulho é das antigas. É coisa guardada e trancada no fundo da alma.
Não raro eu penso que a distância
é a sua arma. Porque tão rápido quanto você esbraveja, o atrito vira intriga
passada. Coisa sem importância ou que você nem notou. Mas pra mim é dolorido
constatar que temos que resolver sozinhos um problema que é nosso. Principalmente porque aqui a
ferida quando abre, arde por mais tempo.